do Carta Maior

Custo da dívida pública cai pela primeira vez no governo Dilma

Governo arca em outubro com custo médio de 12,66% para administrar títulos negociados com 'mercado' no país. Combinação de alta do juro do Banco Central e da inflação tinha feito custo aumentar mês a mês desde agosto de 2010. Inflexão na trajetória de ambos sugere que custo seguirá em queda. Para Tesouro Nacional, 'mercado' crê em 'aprofundamento' do corte do juro.

BRASÍLIA – O peso de o país carregar uma trilionária dívida em títulos públicos negociados com o “mercado” teve em outubro o primeiro alívio desde julho de 2010. No mês passado, o custo médio da dívida para o governo, quando se faz a conta com base na compra e venda de papéis dentro do Brasil nos 365 dias anteriores, foi de 12,66% anuais. Em setembro, tinha sido de 12,79%.

Custo médio não é “juro médio”, porque os títulos que a Secretaria do Tesouro Nacional vende ao “mercado” são atrelados a outros fatores também. Por exemplo: inflação e dólar. Por isso, é um indicador mais preciso sobre o estado da dívida – e, portanto, do esforço que o governo faz para administrá-la e do lucro obtido pelo sistema financeiro.

A queda do custo médio verificada em outubro tem duas explicações, segundo o coordenador-geral da dívida no Tesouro Nacional, Fernando Garrido. Uma são os dois cortes de cortes de juros feitos recentemente pelo Banco Central – 32% dos títulos são ligados à taxa do BC. A outra é a desaceleração da inflação, que interfere em 29% dos papeís.

Tinha sido a combinação de alta de juros e inflação, a partir do segundo semestre do ano passado, a responsável pelo custo médio da dívida ter subido sem parar, mês a mês, na virada de julho para agosto de 2010 até setembro de 2011. Quando o galope começou, o custo estava em 10,89%, altíssimo para padrões internacionais, mas um dos mais baixos já registrados pelo Tesouro.

É provável que o custo médio da dívida continue caindo, porque o juro do BC e a inflação estão em baixa. O ganho oferecido pelo Tesouro ao “mercado” nos papéis que mais vende hoje, por exemplo, caiu de 10,82% para 10,38% entre outubro e novembro. “O 'mercado' tem acreditado no aprofundamento dessa redução de taxas e isso leva à queda nas taxas dos títulos a cada leilão”, disse Garrido.

Segundo ele, a crise internacional não tem afetado a venda de títulos até agora. No fim de outubro, a dívida federal em papéis negociados dentro do Brasil subiu R$ 8 bilhões, somando R$ 1,732 trilhão. A dívida total, considerando também aquela negociada fora do país, recuou R$ 2 bilhões, atingindo R$ 1,808 trilhão.

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