O exército sírio está a ser acusado de ter morto mais de 1300 pessoas com recurso a armas químicas. 37 países pediram à ONU para investigar o ataque. Russos e governo sírio negam a acusação e culpam a oposição pelo ataque.




O exército sírio, leal a Bashar al-Assad, está a ser acusado de utilizar armas químicas em ataques nos subúrbios de Damasco.

O número de mortos ainda não foi oficialmente apurado, mas a oposição ao regime de Assad fala em mais de 1360 mortos, entre eles pelo menos 16 crianças.

A agência Reuters avança que foram lançados rockets com agentes químicos na região de Ghutta, a este da capital síria. O tipo de agente químico utilizado ainda não foi confirmado, mas as equipas médicas que estão a cuidar das vítimas referem que os sintomas são semelhantes aos de quem esteve exposto ao gás sarin, que provoca a morte por paragem cárdio-respiratória.

Por comunicado, o exército desmentiu a utilização de agentes químicos, afirmando que as acusações “são totalmente nulas e sem fundamento”.

37 países pediram investigação à ONU sobre utilização de armas químicas

"Posso dizer que há uma grande preocupação entre os membros em relação a estas alegações e um sentimento generalizado de que é preciso esclarecer o que aconteceu", disse a representante argentina e atual presidente em funções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, María Cristina Perceval, depois de quase três horas de reunião à porta fechada.

Embora tenham dito apoiar a determinação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de pedir una investigação imparcial sobre os acontecimentos, os membros do Conselho não foram capazes de chegar a consenso sobre uma resolução ou declaração presidencial (um documento de menor alcance) para pedir formalmente que se investigue este incidente.

Segundo informações de fontes diplomáticas à Efe, a reunião evidenciou novamente a divisão no Conselho de Segurança sobre o conflito sírio, depois de a Rússia e China se terem recusado a apoiar uma ação mais enérgica pelo maior órgão de decisão da ONU.

A embaixadora da Argentina disse que "todos" concordaram que a confirmar-se o uso de armas químicas, por qualquer das partes e em qualquer circunstância, seria uma violação do direito internacional, e em pedir um cessar-fogo e o fim das hostilidades.

No final da reunião, o embaixador adjunto britânico, Philip Parham, disse que pelo menos 37 países enviaram uma carta, na noite de quarta-feira, ao secretário-geral, Ban Ki-moom, a exigirem a realização de uma investigação, mas não entrou em detalhes sobre quais os países que se opuseram.

A Rússia, tradicional aliado do regime sírio e um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança que participou nas reuniões e com poder de veto, já havia deixado antever que não facilitaria um movimento do Conselho depois de assegurar desde Moscovo que o ataque foi lançado a partir de posições controladas pelos rebeldes.

As autoridades sírias desmentiram o recurso a armas químicas nos bombardeamentos.

De acordo com o Governo sírio, estas acusações são "uma tentativa para impedir a comissão de inquérito das Nações Unidas sobre armas químicas de realizar bem a missão".

Os investigadores da ONU chegaram à Síria há vários dias para averiguar sobre a utilização de armas químicas na guerra civil no país.

O chefe da equipa de inspetores da ONU que está na Síria, Ake Sellstrom, está em conversações com as autoridades sobre informações relativas ao ataque com armas químicas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está "escandalizado" com as alegações e "reafirma a sua determinação em conduzir uma investigação aprofundada sobre os alegados incidentes transmitidos por Estados-membros", afirmou o porta-voz adjunto Eduardo del Buey.

A ONU sempre reclamou livre acesso a todos os locais onde foram relatados ataques com armas químicas pelo poder, pela oposição ou por países membros do Conselho de Segurança, como a França e o Reino Unido, mas teve de negociar duramente para chegar a acordo quanto ao envio de uma missão de inspeção, adiada por várias vezes.

Rússia diz que as armas químicas foram usadas pela oposição

“A verificação da credibilidade das reportagens das cadeias televisivas regionais", diz um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, demonstrou o seguinte: "Ao princípio da manhã de 21 de agosto, esse bairro foi alvo, a partir das posições ocupadas pelos combatentes da oposição, do lançamento de um míssil de fabrico artesanal, idêntico ao que foi usado pelos terroristas no dia 19 de março do corrente ano em Khan al-Assal (perto de Aleppo), com uma substância química tóxica ainda por determinar."


Esquerda

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