da COLUNA DO ESMAEL

A oposição e setores da mídia começarão a semana com um gostinho amargo de derrota na boca. Na contagem das “garrafas”, PSDB, DEM, PPS e PSol somam menos de cem parlamentares. Os números são insuficientes para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista visando investigar o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, acusado de cobrar caro por consultorias que realizou quando estava fora do governo, entre os anos 2006 e 2010.


Na Câmara são necessárias 171 assinaturas dos 513 deputados e no Senado outras 29 (os quatro partidos possuem apenas 18 dos 81 representantes na Câmara Alta). Ou seja, para uma CPI vingar é preciso um terço de “garrafas” na mesa.

É difícil discutir os valores cobrados pelas consultorias do atual ministro porque inexiste uma tabela fixando um teto máximo para esse tipo de serviço. Como todos nós estamos carecas de saber, essa modalidade de trabalho aperfeiçoada nos tempos de neoliberalismo é defendida com unhas e dentes por todos os envolvidos no imbróglio (oposição, velha mídia e o próprio Palocci). Até agora, os preços das consultorias não foram regulamentados ou tabelados em solo verde-amarelo. Portanto, legalmente, pode-se enriquecer com a coisa.

Há fortes evidências de que essa crise fora fabricada com o intuito de ajustar internamente contas remanescentes das eleições de 2010, entre o ministro e petistas, que disputam espaços no governo. O quiprocó ganhou proporção extraordinária, é verdade, mas poderá arrefecer nos próximos dias, se Dilma chamar para si a briga.

Pelo sim pelo não, a base governista movimentou-se bastante neste final de semana. Além procurar todos os líderes partidários, fechou acordo para colocar em votação o polêmico Código Florestal na terça-feira (24). O tema deverá atropelar a CPI orquestrada pela oposição, que na última semana manteve o chefe da Casa Civil sob fogo cerrado.

Quanto ao texto do Código Florestal que deverá ser aprovado, isso é outra história… Para segurar o ministro, o governo tende ceder às pressões dos ruralistas e do relator do projeto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB).

Mais gasolina

Embora a blindagem de Palocci seja forte, a oposição amparada pela velha mídia busca retomar o ataque nesta segunda. Chegou às redações na noite de domingo a informação de que fora o próprio ministro quem entregou à Rede Globo o célebre dossiê contra o caseiro Francenildo Costa.

Casa do espanto

Em 2006, os dados bancários do caseiro foram violados para desqualificar as denúncias feitas por ele sobre a existência de uma casa frequentada por Palocci, em Brasília, quando era ministro da Fazenda.

Tudo a ver

Quem revela a história é o jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor editorial das Organizações Globo, que atualmente mora em Londres.

PSol na cabeça

O ex-caseiro Francenildo Costa, figura central na queda de Palocci da Fazenda, em 2006, é filiado ao PSol.

Sem consenso

Se a permanência de Palocci no cargo dependesse das redes sociais, já estaria de pijamas. O moço não consegue consenso nem entre petistas e parte de blogueiros progressistas.

Falando nisso

As redes sociais elevaram ao estrelato a professora Amanda Gurgel, militante do PSTU no Rio Grande do Norte. O desabafo da educadora foi assistido por mais de um milhão de pessoas em vídeo postado no You Tube.

10% do PIB na educação

Depois do sucesso na internet, a indignação da sindicalista com a situação da educação foi parar no Domingão do Faustão, na Globo. Ela aproveitou bem o espaço. Defendeu as greves da categoria nos estados e lançou uma campanha pela aplicação de 10% do PIB na educação. Para quem quiser aderir ao movimento, aí vai a hashtag #dezporcentodopibjá no Twitter.

Placar da vergonha

O “Blog do Esmael”, de propriedade deste colunista, está censurado há 46 dias pela Justiça do Paraná a pedido do governador Beto Richa (PSDB).

A política como ela é:

Lula, o sincero


Em dezembro de 2005, durante cerimônia para comemorar o cumprimento das metas no programa Bolsa Família, em Osasco, Grande São Paulo, o então presidente Lula discursou:

- Isso incomoda gente demais pelo Brasil afora porque não tem nada que cause mais inveja a um ex-marido do que ele ver a mulher dele mais feliz do que quando estava casada com ele.

O diabo é que ao lado do presidente, no mesmo palanque, estavam os separados Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, e o senador Eduardo Suplicy.

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