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Denise Motta, iG Minas Gerais
Ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado, ele prega distância entre PT e o partido do prefeito de São Paulo
Foto: Divulgação

O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado, José Dirceu (PT), refutou nesta segunda-feira uma aliança entre o PT e o PSD em São Paulo. Ele argumenta que o partido de Kassab lançará um nome para o governo paulista e, no campo municipal, o PT tem um projeto próprio de retomar o poder. O petista sugeriu que entre os nomes aventados para disputar o governo de São Paulo pelo PSD esteja o do ex-governador José Serra, candidato tucano derrotado na eleição presidencial do ano passado.


“Acho que o PSD vai ter candidato (ao governo de São Paulo) e pode ser o próprio Serra. O partido do Kassab ainda não está constituído, somos oposição a ele na capital, mas é um direito dele criar um partido. Na hora que o partir se constituir e reunir a bancada, vai ter que saber se é governo ou oposição na Câmara e no Senado. Se não for nada, é inédito no Brasil”, disse.

Dirceu também alfinetou o PSDB e o DEM, ao ser questionado sobre a possibilidade de fusão entre as duas legendas. Ele disse que a fusão não seria problema para o PT porque “tamanho não é documento”. “É um direito deles buscar a fusão. O problema deles não é tamanho, o problema deles é ter proposta, programa para o país. Precisa ter programa para o país, precisa reconhecer que foi derrotado. Não pode se comportar depois das eleições como se não tivesse sido derrotado. Eu às vezes percebo que a oposição se comporta como se não tivesse perdido a eleição”.

Sobre o senador Aécio Neves (PSDB), o ex-ministro da Casa Civil disse que, para ser candidato à Presidência da República em 2014, o tucano precisa derrotar internamente José Serra e Geraldo Alckmin. “O Aécio foi governador de Minas duas vezes e o PSDB teve 43 milhões de votos. Temos que respeitar, mas primeiro ele tem que derrotar o Serra e depois o Alckmin. Vai chover muito na Serra da Mantiqueira, os rios vão subir e descer muito”. A Serra da Mantiqueira é divisa entre São Paulo e Minas.

Rui Falcão e Delúbio

Antes de conversar com jornalistas, Dirceu concedeu uma entrevista para a TV da Assembleia Legislativa de Minas, na qual demonstrou desdém sobre suposta turbulência no processo de mudança do comando do PT. “Alguém acredita que eu possa impor uma derrota não só à presidenta, mas ao ex-presidente? Isso é ridículo”, disparou. Ele também disse ter posições divergentes de Rui Falcão, apesar deles serem amigos.

O petista declarou mais uma vez ser inocente no processo do mensalão, pelo qual perdeu o mandato de deputado federal. E saiu em defesa do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também envolvido no mensalão, e que recentemente refilou-se ao PT. “Ele (Delúbio) cumpriu uma pena e foi refiliado porque pediu refiliação. Não houve nenhuma revogação da pena ou mudança de posição do PT. Temos a presunção da inocência, mas eu fui cassado sem provas, na violência”, frisou.

Almoço com prefeito

A visita de Dirceu, nascido em Passa Quatro, a 432 quilômetros de Belo Horizonte, demonstrou que o petista possui musculatura para articular politicamente no Estado onde nasceu. A agenda de Dirceu em Belo Horizonte incluiu um almoço com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) e uma reunião com o ex-ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.

Dirceu destacou que a gestão de Lacerda é “ultra bem avaliada”, independentemente de ter sido acertada ou não a aliança entre tucanos e petistas na capital mineira. Sobre Patrus, afirmou que o petista possui prestígio com Dilma e Lula e por opção própria deixou o ministério para disputar e perder as eleições do ano passado. “Todo mundo sabe que o Lula queria que ele ficasse (no ministério)”. Patrus saiu candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo ex-ministro das Comunicações Hélio Costa.

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