do PÚBLICO.PT
Muammar Khadafi prometeu lutar até à morte contra os opositores na Líbia, no dia em que se intensificaram os ataques da NATO em Trípoli. Um enviado da presidência russa e diplomatas chineses deslocaram-se a Bengasi para mediar o conflito.
A visita é a primeira de um responsável russo e acontece mais de três meses depois do início da revolta contra o regime do coronel Muammar Khadafi.
“Viemos a Bengasi para facilitar o diálogo entre os dois campos. A Rússia está numa posição única já que tem uma embaixada em Trípoli e vai encontrar-se com a rebelião hoje”, disse Marguelov, citado pela AFP, à chegada do aeroporto de Bengasi.
O enviado russo precisou que estaria no Cairo na quarta-feira e adiantou que estaria “posteriormente disposto a viajar até Trípoli”.
Mikhail Marguelov, que é o representante especial russo para a cooperação com os países da África, deverá reunir-se em Bengasi com o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdeljalil; com o número dois da rebelião, Mahmoud Jibril, e com o ministro da Defesa, Omar el-Hariri.
No final de Maio, no âmbito da cimeira do G8, o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, propôs mediar o conflito na Líbia e anunciou que iria enviar um emissário a Bengasi. Na altura, Medvedev defendera que o líder líbio deveria abandonar o poder, embora a posição russa tenha sido sempre de crítica às operações da NATO na Líbia, considerando que a Aliança Atlântica estaria a ultrapassar o mandato da ONU.
No sábado, Serguei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, declarou que a NATO estava a "derrapar para uma operação terrestre" na Líbia, que seria "deplorável" depois da primeira intervenção de helicópteros de combate britânicos e franceses.
Em Março, a Rússia absteve-se de votar a resolução 1973 da ONU que autoriza ataques internacionais na Líbia.
Além do emissário russo, diplomatas chineses aterraram hoje em Bengasi também para se reunirem com a direcção política da rebelião – o CNT.
Numa mensagem de áudio transmitida pela televisão estatal, o coronel que governa a Líbia há mais de 40 anos garantiu que não abandonará o país e deixou um apelo aos seus apoiantes. "Só temos uma escolha: ficaremos na nossa terra, vivos ou mortos". Perante os ataques da NATO na capital, Trípoli, adiantou: "Apesar dos bombardeamentos, não nos submeteremos".
Tal como em mensagens anteriores, Khadafi não deu quaisquer sinais de ceder à pressão internacional, apesar de, ainda nesta terça-feira, o Presidente norte-americano ter defendido que o seu regime tem os dias contados. "Nunca poderão vencer um povo armado", disse.
Em Trípoli ouviram-se fortes explosões, naquele que terá sido o maior bombardeamento desde que a operação da NATO começou, em Março. Segundo o porta-voz do Governo líbio. Moussa Ibrahim, morreram pelo menos 29 pessoas em cerca de 60 ataques, embora essa informação não tenha sido confirmada por fontes independentes.
Pela primeira vez um enviado especial da presidência Russa, Mikhail Marguelov, deslocou-se a Bengasi, o bastião dos rebeldes líbios, para dialogar com a rebelião. Também diplomatas chineses se deslocaram à segunda maior cidade líbia.
Os encontros visam “manter o contacto com o Conselho Nacional de Transição, compreender melhor a situação humanitária” e avaliar a situação das empresas que investiram na Líbia, segundo comunicado do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, citado pela AFP.
Explosões em Trípoli
Os bombardeamentos da NATO ocorreram sobretudo de manhã e atingiram uma área próxima à residência de Khadafi, de acordo com a AFP. O comando militar da Aliança divulgou ainda que a sede dos serviços de informações de Muammar Kadhafi foi alvo de um bombardeamento pelos aviões militares da NATO, na madrugada de segunda-feira.
"Enquanto Kadhafi continua a ameaçar a população civil, a NATO manterá a pressão sobre o seu regime e continuará a degradar a sua capacidade de atacar a população", disse o tenente-general Charles Bouchard, comandante da operação Protector Unificado, citado pela Lusa.
Nesta quarta-feira, a Aliança Atlântica deverá pedir aos ministros da Defesa dos seus países membros que façam um último esforço para acabar com o regime de Trípoli e preparar a fase “pós-Khadafi”.O conflito na Líbia já provocou entre 10 a 15 mil mortos desde 15 de Fevereiro, segundo dados das Nações Unidas.
Muammar Khadafi prometeu lutar até à morte contra os opositores na Líbia, no dia em que se intensificaram os ataques da NATO em Trípoli. Um enviado da presidência russa e diplomatas chineses deslocaram-se a Bengasi para mediar o conflito.
| O conflito na Líbia arrasta-se desde meados de Fevereiro (Youssef Boudla/Reuters) |
“Viemos a Bengasi para facilitar o diálogo entre os dois campos. A Rússia está numa posição única já que tem uma embaixada em Trípoli e vai encontrar-se com a rebelião hoje”, disse Marguelov, citado pela AFP, à chegada do aeroporto de Bengasi.
O enviado russo precisou que estaria no Cairo na quarta-feira e adiantou que estaria “posteriormente disposto a viajar até Trípoli”.
Mikhail Marguelov, que é o representante especial russo para a cooperação com os países da África, deverá reunir-se em Bengasi com o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdeljalil; com o número dois da rebelião, Mahmoud Jibril, e com o ministro da Defesa, Omar el-Hariri.
No final de Maio, no âmbito da cimeira do G8, o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, propôs mediar o conflito na Líbia e anunciou que iria enviar um emissário a Bengasi. Na altura, Medvedev defendera que o líder líbio deveria abandonar o poder, embora a posição russa tenha sido sempre de crítica às operações da NATO na Líbia, considerando que a Aliança Atlântica estaria a ultrapassar o mandato da ONU.
No sábado, Serguei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, declarou que a NATO estava a "derrapar para uma operação terrestre" na Líbia, que seria "deplorável" depois da primeira intervenção de helicópteros de combate britânicos e franceses.
Em Março, a Rússia absteve-se de votar a resolução 1973 da ONU que autoriza ataques internacionais na Líbia.
Além do emissário russo, diplomatas chineses aterraram hoje em Bengasi também para se reunirem com a direcção política da rebelião – o CNT.
Numa mensagem de áudio transmitida pela televisão estatal, o coronel que governa a Líbia há mais de 40 anos garantiu que não abandonará o país e deixou um apelo aos seus apoiantes. "Só temos uma escolha: ficaremos na nossa terra, vivos ou mortos". Perante os ataques da NATO na capital, Trípoli, adiantou: "Apesar dos bombardeamentos, não nos submeteremos".
Tal como em mensagens anteriores, Khadafi não deu quaisquer sinais de ceder à pressão internacional, apesar de, ainda nesta terça-feira, o Presidente norte-americano ter defendido que o seu regime tem os dias contados. "Nunca poderão vencer um povo armado", disse.
Em Trípoli ouviram-se fortes explosões, naquele que terá sido o maior bombardeamento desde que a operação da NATO começou, em Março. Segundo o porta-voz do Governo líbio. Moussa Ibrahim, morreram pelo menos 29 pessoas em cerca de 60 ataques, embora essa informação não tenha sido confirmada por fontes independentes.
Pela primeira vez um enviado especial da presidência Russa, Mikhail Marguelov, deslocou-se a Bengasi, o bastião dos rebeldes líbios, para dialogar com a rebelião. Também diplomatas chineses se deslocaram à segunda maior cidade líbia.
Os encontros visam “manter o contacto com o Conselho Nacional de Transição, compreender melhor a situação humanitária” e avaliar a situação das empresas que investiram na Líbia, segundo comunicado do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, citado pela AFP.
Explosões em Trípoli
Os bombardeamentos da NATO ocorreram sobretudo de manhã e atingiram uma área próxima à residência de Khadafi, de acordo com a AFP. O comando militar da Aliança divulgou ainda que a sede dos serviços de informações de Muammar Kadhafi foi alvo de um bombardeamento pelos aviões militares da NATO, na madrugada de segunda-feira.
"Enquanto Kadhafi continua a ameaçar a população civil, a NATO manterá a pressão sobre o seu regime e continuará a degradar a sua capacidade de atacar a população", disse o tenente-general Charles Bouchard, comandante da operação Protector Unificado, citado pela Lusa.
Nesta quarta-feira, a Aliança Atlântica deverá pedir aos ministros da Defesa dos seus países membros que façam um último esforço para acabar com o regime de Trípoli e preparar a fase “pós-Khadafi”.O conflito na Líbia já provocou entre 10 a 15 mil mortos desde 15 de Fevereiro, segundo dados das Nações Unidas.
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