do Opera Mundi

Um despacho da diplomacia dos Estados Unidos revelado pelo Wikileaks mostra uma mensagem do líder da Líbia, Muamar Kadafi, ao recém eleito presidente dos EUA, Barack Obama, enviada em novembro de 2008. Nela, o líbio exalta a restauração das relações diplomáticas entre seu país e o de Obama, após um longo período de isolamento da Líbia.


"Caro Sr. Obama. Tenho o prazer de enviar uma nota de congratulação pela primeira vez para um presidente norte-americano, e em nome de toda a África (...) e em nome da União do Magreb Árabe e de todos os líderes árabes", escreveu Kadafi. "Uma vez que as relações foram retomadas entre nossos países, temos o direito de felicitá-lo do fundo do nosso coração, porque você é filho da África."

Em 2006, durante a administração do ex-presidente George W. Bush (2001-2008), a Líbia foi retirada da lista dos países que apóiam o terrorismo. Na época, Trípoli teria renunciado ao programa nuclear que desenvolvia e assumiu a responsabilidade pelo atentado contra o avião da companhia norte-americana Pan Am, em 1988, sobre a cidade escocesa de Lockerbie. Mais de 200 pessoas morreram na tragédia. Logo após o anúncio, feito pela então a secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice, diversas companhia petrolíferas dos EUA manifestaram interesse em investir na Líbia.

"Eu saúdo o povo norte-americano, que o escolheu nestas eleições históricas para uma posição tão alta, para que você possa liderar a mudança que você prometeu a eles (...)", continuou Kadafi. "Esperamos que você lidere os EUA no caminho do bem e respeite a soberania dos povos e atente para a política de neutralidade", concluiu o líder da Líbia.

Intervenção militar

Kadafi escreveria novamente para Obama, mas dessa vez para pedir pela interrupção imediata dos bombardeios da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre seu país. Após a escalada dos protestos contra o governo líbio, iniciadas em fevereiro de 2011, a ONU aprovou em 17 de março a resolução 1973 que previa "todas as medidas necessárias" para proteger a população civil, com a implementação de uma zona de exclusão aérea e excluindo a intervenção em solo líbio.

Em 19 de março, a coalizão formada por cinco países - Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Reino Unido - começou a atacar a Líbia, após Paris afirmar que Kadafi havia rompido um cessar-fogo imposto pelo próprio líder. De acordo com os EUA, a participação norte-americana seria limitada a somente uma semana e que, depois desse prazo, as forças europeias tomariam o controle, o que não aconteceu. Mísseis norte-americanos continuaram a ser lançados no país africano.

Ontem (22/08), durante férias da ilha de Martha's Vineyard, nordeste dos EUA, Obama falou sobre a Líbia: "Está muito claro: o regime de Kadafi está chegando ao fim. E o futuro da Líbia está nas mãos do povo."

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