do Portal Vermelho
A perversão das agências norte-americanas, europeias e seus subordinados ao chamar de “guerra civil” o que está ocorrendo na Líbia demonstra como é possível transformar uma intervenção colonial contra um país -- do qual os Estados Unidos e seus aliados querem se apoderar por interesses diversos -- em uma rebelião “interna”, que “humanitariamente” deve, conclamam seus idealizadores, ser apoiada por demais países.
Por Stella Caloni*
Líbia: paz defendida por mercenários
A realidade é que o povo líbio suporta desde março os bombardeios selvagens da Organização do Atlântico Norte (Otan) contra um país de quase seis milhões de habitantes, considerando que uma boa parte de seu território é deserta.
Morte e destruição são os resultados dos ataques, que visam abrir caminho para os mercenários que foram, desde o início, o vetor da suposta “rebelião” da população contra Kadafi.
Não há fotos da "rebelião"
Não existe nenhuma imagem da tal rebelião popular, nem das justificativas – os supostos bombardeios de Kadafi contra a população civil – em que se ampara a intervenção brutal em pleno século 21.
No entanto, é fato que esta população civil está sendo massacrada pelos seus “protetores” que integram a Otan; e suas casas, escolas, hospitais, universidades, está tudo destruído em nome dessa proteção.
A resolução 1973 adotada em 17 de março de 2011 para estabelecer um bloqueio aéreo na Líbia, teve como única finalidade impedir que o governo soberano desse país se defendesse. A resolução foi tomada sem que a população ou autoridades locais pudessem optar a respeito.
Simplesmente, houve a conclusão de que a Líbia não tinha defesa aérea, ainda assim o país resistiu durante quase seis meses aos bombardeios e o que ficou efetivamente em evidência foi que os tais “rebeldes” não existiriam sem a Otan.
Mídia avaliza terrorismo de Estado
Basta ver uma fotografia que circulou nas últimas horas em veículos da imprensa, mostrando supostos “opositores líbios” que apresentam tipo físico, vestimenta e armamentos semelhantes aos dos mercenários que as grandes potências levaram à região. O fato ilustra a dimensão do quanto a imprensa escamoteia ou encobre a verdade.
Para poder começar e sustentar uma intervenção, os Estados Unidos e aliados utilizaram os meios de comunicação de massa de todo o mundo, aliás, esses estão sob seu controle militar e de segurança da informação.
Neste caso, os Estados Unidos contaram também com uma colaboração interessada ou espontânea -- não importa, de um jeito ou de outro atingiram o mesmo objetivo -- de alguns articulistas e intelectuais considerados “progressistas”, e que foram cúmplices da intervenção e da rede de mentiras inventada para justificá-la.
Agora esses esperam, para justificar-se a si mesmos, que ganhe a Otan e conte a história dos vencedores sobre “as horríveis violações dos direitos humanos cometidas pelos "rebeldes líbios”, encobrindo, com essa versão, os horrores cometidos pelos mercenários e forças invasoras. Assim como já foi feito no Afeganistaão, no Iraque e em outros países antes.
Será que o mundo já se esqueceu, tão facilmente, quando os Estados Unidos atacavam desde as bases em Honduras à Nicaraguá sandinista, destruindo aldeias, matando, torturando, violando mulheres e crianças? Ronald Reagan chamava os invasores de “combatentes pela liberdade”.
Chamar de “rebeldes” a um grupo de mercenários manipulados pela CIA é faltar com o devido respeito aos verdadeiros rebeldes que lutam em todo o mundo por sua libertação.
O povo e o governo líbio não só possuíam o direito, mas também a obrigação de se defenderem sozinhos. Como, aliás, qualquer país do mundo atacado por tropas invasoras tem o dever de fazê-lo.
Se os Estados Unidos pretendiam com suas ações transformar a Líbia em uma nova “Somália”, como declarou em 19 de agosto o porta-voz do governo líbio, Mussa Ibrahim, diante do aumento dos bombardeios da Otan, todos os países do mundo estão totalmente desprotegidos diante de decisões imperialistas como essa.
A cena se agrava com a notícia de que um fiscal argentino da Corte Penal Internacional (CPI) quer condenar Kadafi, no entanto ampara as intervenções criminosas e o genocídio no Afeganistão e Iraque.
Efeito Somália
Somália é um país sem governo, que enfrenta uma fome aviltante, e no entanto é um país como esse que as potências ocidentais podem criar na Líbia se continuassem com os ataques.
A esta altura dos acontecimentos, quando as nações imperialistas já se apropriaram de todo o dinheiro do Estado líbio e, inclusive, instalaram em Washington uma embaixada batizada de “Conselho de Transição”, ninguém pode duvidar de que esses “rebeldes” jamais representaram o povo da Líbia.
De fato, antes de controlar pela força o território, os “rebeldes” criaram o Banco Central de Bengazi. Existe algo similar na história?
Livre tradução da RedaçãoVermelho a partir de artigo de Stella Calloni publicado pela Telam (Agência de Notícias da República Argentina)
Por Stella Caloni*
A realidade é que o povo líbio suporta desde março os bombardeios selvagens da Organização do Atlântico Norte (Otan) contra um país de quase seis milhões de habitantes, considerando que uma boa parte de seu território é deserta.
Morte e destruição são os resultados dos ataques, que visam abrir caminho para os mercenários que foram, desde o início, o vetor da suposta “rebelião” da população contra Kadafi.
Não há fotos da "rebelião"
Não existe nenhuma imagem da tal rebelião popular, nem das justificativas – os supostos bombardeios de Kadafi contra a população civil – em que se ampara a intervenção brutal em pleno século 21.
No entanto, é fato que esta população civil está sendo massacrada pelos seus “protetores” que integram a Otan; e suas casas, escolas, hospitais, universidades, está tudo destruído em nome dessa proteção.
A resolução 1973 adotada em 17 de março de 2011 para estabelecer um bloqueio aéreo na Líbia, teve como única finalidade impedir que o governo soberano desse país se defendesse. A resolução foi tomada sem que a população ou autoridades locais pudessem optar a respeito.
Simplesmente, houve a conclusão de que a Líbia não tinha defesa aérea, ainda assim o país resistiu durante quase seis meses aos bombardeios e o que ficou efetivamente em evidência foi que os tais “rebeldes” não existiriam sem a Otan.
Mídia avaliza terrorismo de Estado
Basta ver uma fotografia que circulou nas últimas horas em veículos da imprensa, mostrando supostos “opositores líbios” que apresentam tipo físico, vestimenta e armamentos semelhantes aos dos mercenários que as grandes potências levaram à região. O fato ilustra a dimensão do quanto a imprensa escamoteia ou encobre a verdade.
Para poder começar e sustentar uma intervenção, os Estados Unidos e aliados utilizaram os meios de comunicação de massa de todo o mundo, aliás, esses estão sob seu controle militar e de segurança da informação.
Neste caso, os Estados Unidos contaram também com uma colaboração interessada ou espontânea -- não importa, de um jeito ou de outro atingiram o mesmo objetivo -- de alguns articulistas e intelectuais considerados “progressistas”, e que foram cúmplices da intervenção e da rede de mentiras inventada para justificá-la.
Agora esses esperam, para justificar-se a si mesmos, que ganhe a Otan e conte a história dos vencedores sobre “as horríveis violações dos direitos humanos cometidas pelos "rebeldes líbios”, encobrindo, com essa versão, os horrores cometidos pelos mercenários e forças invasoras. Assim como já foi feito no Afeganistaão, no Iraque e em outros países antes.
Será que o mundo já se esqueceu, tão facilmente, quando os Estados Unidos atacavam desde as bases em Honduras à Nicaraguá sandinista, destruindo aldeias, matando, torturando, violando mulheres e crianças? Ronald Reagan chamava os invasores de “combatentes pela liberdade”.
Chamar de “rebeldes” a um grupo de mercenários manipulados pela CIA é faltar com o devido respeito aos verdadeiros rebeldes que lutam em todo o mundo por sua libertação.
O povo e o governo líbio não só possuíam o direito, mas também a obrigação de se defenderem sozinhos. Como, aliás, qualquer país do mundo atacado por tropas invasoras tem o dever de fazê-lo.
Se os Estados Unidos pretendiam com suas ações transformar a Líbia em uma nova “Somália”, como declarou em 19 de agosto o porta-voz do governo líbio, Mussa Ibrahim, diante do aumento dos bombardeios da Otan, todos os países do mundo estão totalmente desprotegidos diante de decisões imperialistas como essa.
A cena se agrava com a notícia de que um fiscal argentino da Corte Penal Internacional (CPI) quer condenar Kadafi, no entanto ampara as intervenções criminosas e o genocídio no Afeganistão e Iraque.
Efeito Somália
Somália é um país sem governo, que enfrenta uma fome aviltante, e no entanto é um país como esse que as potências ocidentais podem criar na Líbia se continuassem com os ataques.
A esta altura dos acontecimentos, quando as nações imperialistas já se apropriaram de todo o dinheiro do Estado líbio e, inclusive, instalaram em Washington uma embaixada batizada de “Conselho de Transição”, ninguém pode duvidar de que esses “rebeldes” jamais representaram o povo da Líbia.
De fato, antes de controlar pela força o território, os “rebeldes” criaram o Banco Central de Bengazi. Existe algo similar na história?
Livre tradução da RedaçãoVermelho a partir de artigo de Stella Calloni publicado pela Telam (Agência de Notícias da República Argentina)
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