| WALTER PINHEIRO |
“A defesa da moeda se faz também com a redução da taxa de juros e não apenas com seu surrado aumento, que só contribui para a estagnação econômica e o desemprego”
A estabilidade da moeda, que perdeu seu rumo no final do governo FHC e precisou ser recolocada nos trilhos durante o governo do presidente Lula, por pouco não descarrilou novamente no início do governo da presidenta Dilma Rousseff.
Nessas duas vezes, a volta do processo inflacionário ocorreu por obra e graça da ação de especuladores do mercado. Na primeira, em 2003, foi para evitar a eleição de Lula, e desta feita para minar em seu nascedouro o governo da presidenta Dilma.
A onda especulativa do primeiro semestre deste ano provocou uma tensão inflacionária que ainda sem nenhuma motivação de fundo econômico acabou arrastando os preços a patamares aos quais já não estávamos acostumados.
A tentativa do mercado de trazer de volta a inflação, que produz lucros fabulosos aos especuladores financeiros, foi estimulada por muitos empresários com a mesma obediência que comerciantes no Rio de Janeiro fecham suas portas a uma ordem do crime organizado.
Houve uma adesão generalizada à onda de remarcação de preços. Mas como não existe almoço grátis, os setores que patrocinaram a retomada da espiral inflacionária começam agora a sentir na própria pele os seus efeitos.
Como um bumerangue, depois de produzir lucros fáceis aos empedernidos remarcadores de preços, a inflação se junta aos fatores que compõem o chamado “custo Brasil” e reduz a competitividade da indústria brasileira.
É que a combinação do novo câmbio valorizado com a inflação elevada do primeiro semestre acabou elevando os custos da produção nacional, e agora está obrigando muitas empresas a buscarem no mercado externo equipamentos e matérias-primas.
Essa situação coincide com o momento em que o mesmo mercado que fez previsões catastróficas sobre a volta do descontrole de preços, contribuindo para compor inflamados discursos da oposição com críticas à condução da política econômica do governo, finalmente enxerga que a inflação brasileira permanecerá dentro da meta em 2011.
Enquanto o mercado apostava na elevação da taxa básica de juros e no aumento da inflação, a ação do Banco Central invertia não somente as expectativas, mas a realidade com que trabalhava o mercado e os seus especuladores, hoje saboreando o seu próprio veneno.
Com a queda na oferta do álcool a pressionar os preços dos combustíveis, o mercado criou uma falsa expectativa inflacionária, à qual os mais diversos setores da economia responderam com reajustes preventivos dos seus preços.
Por diversas vezes, da tribuna do Senado, denunciei a conspiração em marcha para minar nossas conquistas econômicas. Quando o BC contrariava o mercado elevando a taxa de juros abaixo das suas expectativas, os especuladores reclamavam uma taxa maior.
No mês passado, quando a autoridade monetária inverteu o processo de alta, passando a cortar a Selic, a resposta do mercado foi com previsão de descontrole inflacionário. Agora, quando o corte se aprofunda, finalmente o mercado joga a toalha e confessa o quanto estava errado.
Para desespero dos especuladores, o Banco Central está mostrando que a defesa da moeda se faz também com a redução da taxa de juros e não apenas com seu surrado aumento, que só contribui para a estagnação econômica e o desemprego.
Nessas duas vezes, a volta do processo inflacionário ocorreu por obra e graça da ação de especuladores do mercado. Na primeira, em 2003, foi para evitar a eleição de Lula, e desta feita para minar em seu nascedouro o governo da presidenta Dilma.
A onda especulativa do primeiro semestre deste ano provocou uma tensão inflacionária que ainda sem nenhuma motivação de fundo econômico acabou arrastando os preços a patamares aos quais já não estávamos acostumados.
A tentativa do mercado de trazer de volta a inflação, que produz lucros fabulosos aos especuladores financeiros, foi estimulada por muitos empresários com a mesma obediência que comerciantes no Rio de Janeiro fecham suas portas a uma ordem do crime organizado.
Houve uma adesão generalizada à onda de remarcação de preços. Mas como não existe almoço grátis, os setores que patrocinaram a retomada da espiral inflacionária começam agora a sentir na própria pele os seus efeitos.
Como um bumerangue, depois de produzir lucros fáceis aos empedernidos remarcadores de preços, a inflação se junta aos fatores que compõem o chamado “custo Brasil” e reduz a competitividade da indústria brasileira.
É que a combinação do novo câmbio valorizado com a inflação elevada do primeiro semestre acabou elevando os custos da produção nacional, e agora está obrigando muitas empresas a buscarem no mercado externo equipamentos e matérias-primas.
Essa situação coincide com o momento em que o mesmo mercado que fez previsões catastróficas sobre a volta do descontrole de preços, contribuindo para compor inflamados discursos da oposição com críticas à condução da política econômica do governo, finalmente enxerga que a inflação brasileira permanecerá dentro da meta em 2011.
Enquanto o mercado apostava na elevação da taxa básica de juros e no aumento da inflação, a ação do Banco Central invertia não somente as expectativas, mas a realidade com que trabalhava o mercado e os seus especuladores, hoje saboreando o seu próprio veneno.
Com a queda na oferta do álcool a pressionar os preços dos combustíveis, o mercado criou uma falsa expectativa inflacionária, à qual os mais diversos setores da economia responderam com reajustes preventivos dos seus preços.
Por diversas vezes, da tribuna do Senado, denunciei a conspiração em marcha para minar nossas conquistas econômicas. Quando o BC contrariava o mercado elevando a taxa de juros abaixo das suas expectativas, os especuladores reclamavam uma taxa maior.
No mês passado, quando a autoridade monetária inverteu o processo de alta, passando a cortar a Selic, a resposta do mercado foi com previsão de descontrole inflacionário. Agora, quando o corte se aprofunda, finalmente o mercado joga a toalha e confessa o quanto estava errado.
Para desespero dos especuladores, o Banco Central está mostrando que a defesa da moeda se faz também com a redução da taxa de juros e não apenas com seu surrado aumento, que só contribui para a estagnação econômica e o desemprego.
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