do BLOG DO MIRO

Por Altamiro Borges
Na semana passada, a Justiça Federal de São Paulo bloqueou todos os bens do cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Paulo César Ribeiro, o Paulão, irmão da primeira-dama Lu Alckmin, é acusado de comandar um esquema de fraudes em licitações públicas para o fornecimento de merendas escolares à prefeitura de Pindamonhangaba, a 140 km da capital paulista.
A decisão da juíza Carla Cristina Fonseca Jório, da 1ª Vara Federal de Taubaté, também incluiu outras sete pessoas – entre elas o próprio prefeito da cidade, João Antonio Salvado Ribeiro, do “ético” PPS de Roberto Freire, e seis empresas fornecedoras. Além do bloqueio dos bens, a Justiça determinou ainda a cobrança de R$ 50 milhões de cada dos envolvidos na ação criminosa.
"Diversas irregularidades e ilegalidades"
Segundo assinalou a juíza Carla Cristina, num despacho de 16 páginas, “o requerido (Paulo Ribeiro), segundo as provas existentes, foi lobista e intermediou a doação do Grupo SP Alimentação para a campanha do prefeito João Antônio Salgado Ribeiro... Consta, também, que ele recebia propina da empresa Verdurama”.
A Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos recebeu R$ 29,34 milhões da gestão João Antônio no período entre 2006 e 2010. O Ministério Público Estadual constatou que o contrato foi aditado quatro vezes, o que permitiu a prorrogação do negócio, com elevação dos preços do cardápio servido a 22.119 alunos. O Ministério Público apontou “diversas irregularidades e ilegalidades”.
Doações ilegais para o Caixa-2
O prefeito João Antônio também é acusado pelo Ministério Público por ter nomeado Silvio Serrano para a Secretaria da Fazenda, um testa-de-ferro de Paulão. A nomeação foi a contrapartida pela ajuda que o cunhado de Alckmin deu ao prefeito na campanha eleitoral. Segundo o Ministério Público, ele foi responsável pelo recolhimento de doações ilegais da campanha – o famoso Caixa-2.
O cunhado de Alckmin é alvo de várias investigações e parece ser uma peça-chave no esquema do PSDB em São Paulo. No final do ano passado, escutas telefônicas detectaram a conversa entre um empresário da indústria química com Silvio Serrano, visando marcar um encontro com Paulão. O objetivo seria interceder numa licitação do Metrô e o empresário fala numa “comissão boa”.
Um lobista bem atuante
“O grampo é um indicativo de que o raio de ação e influência de Paulão como lobista pode ir além do campo da merenda. Além de infiltrar-se no âmbito das administrações municipais, ele teria estendido seus préstimos a empresas do Estado”, comentou, na época, o Estadão. “O Ministério Público suspeita que ele use a proximidade familiar com o chefe do Executivo para abrir portas”.
Um estudo feito pela bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo constatou, inclusive, que a própria Verdurama, além de transitar pelas prefeituras do interior, firmou vários contratos e aditamentos com a Imprensa Oficial do Estado (Imesp) e com a Prodesp. Eles renderam R$ 23,5 milhões à empresa ligada ao lobista Paulão.
Um dos contratos foi firmado pela Sistal, parceira da Verdurama, com a Imesp em julho de 2000, quando Alckmin ainda era vice-governador. Com a morte de Mário Covas, ele assumiu o posto e prorrogou o contrato. Já o efetuado com a Prodesp foi de julho de 2001 até o fim de 2003, ano em que também houve aditamentos. O valor nominal destes contratos foi de R$ 13, 48 milhões - corrigido pelo IGP-DI até dezembro de 2010, eles alcançam R$ 23, 53 milhões.
O estranho silêncio da mídia
No final de 2010, o deputado estadual Antonio Mentor (PT), líder da bancada, encaminhou ao Ministério Público documentos relativos aos contratos. O PT suspeita que Paulão transite em repartições estaduais e municipais há pelo menos 10 anos. O lobista é rastreado pela promotoria desde 2006.
Apesar das várias suspeitas, a mídia demotucana evita dar manchetes para o cunhado de Alckmin. A revista Veja nunca publicou uma daquelas reportagens escandalosas sobre o delicado assunto. No Jornal Nacional, o casalzinho global também não trata do tema. Nos jornalões, as denúncias de corrupção do lobista Paulão aparecem em pequenas notas, sem qualquer realce. Estranho, não é?

Por Altamiro Borges
Na semana passada, a Justiça Federal de São Paulo bloqueou todos os bens do cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Paulo César Ribeiro, o Paulão, irmão da primeira-dama Lu Alckmin, é acusado de comandar um esquema de fraudes em licitações públicas para o fornecimento de merendas escolares à prefeitura de Pindamonhangaba, a 140 km da capital paulista.
A decisão da juíza Carla Cristina Fonseca Jório, da 1ª Vara Federal de Taubaté, também incluiu outras sete pessoas – entre elas o próprio prefeito da cidade, João Antonio Salvado Ribeiro, do “ético” PPS de Roberto Freire, e seis empresas fornecedoras. Além do bloqueio dos bens, a Justiça determinou ainda a cobrança de R$ 50 milhões de cada dos envolvidos na ação criminosa.
"Diversas irregularidades e ilegalidades"
Segundo assinalou a juíza Carla Cristina, num despacho de 16 páginas, “o requerido (Paulo Ribeiro), segundo as provas existentes, foi lobista e intermediou a doação do Grupo SP Alimentação para a campanha do prefeito João Antônio Salgado Ribeiro... Consta, também, que ele recebia propina da empresa Verdurama”.
A Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos recebeu R$ 29,34 milhões da gestão João Antônio no período entre 2006 e 2010. O Ministério Público Estadual constatou que o contrato foi aditado quatro vezes, o que permitiu a prorrogação do negócio, com elevação dos preços do cardápio servido a 22.119 alunos. O Ministério Público apontou “diversas irregularidades e ilegalidades”.
Doações ilegais para o Caixa-2
O prefeito João Antônio também é acusado pelo Ministério Público por ter nomeado Silvio Serrano para a Secretaria da Fazenda, um testa-de-ferro de Paulão. A nomeação foi a contrapartida pela ajuda que o cunhado de Alckmin deu ao prefeito na campanha eleitoral. Segundo o Ministério Público, ele foi responsável pelo recolhimento de doações ilegais da campanha – o famoso Caixa-2.
O cunhado de Alckmin é alvo de várias investigações e parece ser uma peça-chave no esquema do PSDB em São Paulo. No final do ano passado, escutas telefônicas detectaram a conversa entre um empresário da indústria química com Silvio Serrano, visando marcar um encontro com Paulão. O objetivo seria interceder numa licitação do Metrô e o empresário fala numa “comissão boa”.
Um lobista bem atuante
“O grampo é um indicativo de que o raio de ação e influência de Paulão como lobista pode ir além do campo da merenda. Além de infiltrar-se no âmbito das administrações municipais, ele teria estendido seus préstimos a empresas do Estado”, comentou, na época, o Estadão. “O Ministério Público suspeita que ele use a proximidade familiar com o chefe do Executivo para abrir portas”.
Um estudo feito pela bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo constatou, inclusive, que a própria Verdurama, além de transitar pelas prefeituras do interior, firmou vários contratos e aditamentos com a Imprensa Oficial do Estado (Imesp) e com a Prodesp. Eles renderam R$ 23,5 milhões à empresa ligada ao lobista Paulão.
Um dos contratos foi firmado pela Sistal, parceira da Verdurama, com a Imesp em julho de 2000, quando Alckmin ainda era vice-governador. Com a morte de Mário Covas, ele assumiu o posto e prorrogou o contrato. Já o efetuado com a Prodesp foi de julho de 2001 até o fim de 2003, ano em que também houve aditamentos. O valor nominal destes contratos foi de R$ 13, 48 milhões - corrigido pelo IGP-DI até dezembro de 2010, eles alcançam R$ 23, 53 milhões.
O estranho silêncio da mídia
No final de 2010, o deputado estadual Antonio Mentor (PT), líder da bancada, encaminhou ao Ministério Público documentos relativos aos contratos. O PT suspeita que Paulão transite em repartições estaduais e municipais há pelo menos 10 anos. O lobista é rastreado pela promotoria desde 2006.
Apesar das várias suspeitas, a mídia demotucana evita dar manchetes para o cunhado de Alckmin. A revista Veja nunca publicou uma daquelas reportagens escandalosas sobre o delicado assunto. No Jornal Nacional, o casalzinho global também não trata do tema. Nos jornalões, as denúncias de corrupção do lobista Paulão aparecem em pequenas notas, sem qualquer realce. Estranho, não é?
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