O ESTADO DO PARANÁ
O ministro da Defesa, Celso Amorim, manifestou hoje apoio irrestrito à Comissão da Verdade, criada para investigar atos de violação aos direitos humanos durante a ditadura militar. "Vamos tratar da Comissão da Verdade com todos os aspectos que estão ali englobados e investigar tudo o que aconteceu. Todos terão que cooperar para que se conheça a verdade, e nós vamos dar força à comissão, com toda a integralidade que ela tem", afirmou o ministro, durante visita ao Rio de Janeiro para participar da cerimônia de entrega da Medalha Mérito Desportivo Militar, homenageando atletas civis e militares que se destacaram em competições esportivas.
O ministro não quis comentar sobre a decisão do Ministério Público Federal, aplaudida pela ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), em denunciar o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura pelo crime de sequestro qualificado de cinco pessoas em 1974, na Guerrilha do Araguaia: "O Ministério Público é um órgão autônomo. Não vou me pronunciar sobre se ele está certo ou errado, isso aí é a Justiça que vai se pronunciar".
Perguntado sobre o mal-estar causado no governo com as recentes críticas feitas por militares da reserva, que chegaram a questionar em um manifesto a autoridade do ministro da Defesa, Amorim tentou relativizar o incidente. "Acho que ninguém pode aumentar as proporções, mas claro que é uma coisa importante, os comandantes têm conversado a respeito, e as coisas têm se encaminhado de uma maneira adequada", afirmou o ministro.
Ele contestou, no entanto, declarações como as dadas pelo ex-analista do Centro de Informações do Exército (CIEx) e líder do manifesto, o general da reserva Marco Antonio Felício, quando afirmou que a comissão "será a comissão do revanchismo e da inverdade" em entrevista ao Estado. "Vamos eliminar mitos como esse de que a Comissão da Verdade é revanchismo. Não é revanchismo, é a busca da verdade", disse Amorim. Ele afirmou ainda que a comissão incorpora também a Lei da Anistia, e fez referência indireta à preocupação dos militares quanto à imparcialidade dos membros que deverão compor a comissão. "A verdade é a verdade, e não existe verdade de um lado ou de outro. Existe verdade", enfatizou o ministro.
Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;