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Relator decidiu inverter a pauta e iniciar a dosimetria do núcleo do PT; revisor se disse surpreso, ficou irritado e abandonou a sessão

Os ministros Joaquim Barbosa (relator) e Ricardo Lewandowski (revisor) tiveram mais um bate-boca durante o julgamento do mensalão. Barbosa decidiu inverter a pauta e dar início à dosimetria do núcleo do PT, e não do núcleo financeiro, que inclui os condenados do Banco Rural. Lewandowski se disse surpreso com a mudança e logo começou uma discussão entre os dois. Irritado com Barbosa, o revisor abandonou o plenário e ficou ausente na primeira parte da sessão, durante a definição das penas do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino.

Lewandowski não participou da dosimetria desses dois réus porque os absolveu, mas deveria estar presente no cálculo da pena do ex-tesoureiro Delúbio Soares. Com a ausência do revisor, o presidente do STF, Ayres Britto, decidiu suspender a sessão por 30 minutos para retomá-la com a presença de Lewandowski no plenário.

Durante a discussão, o revisor atacou o relator por causa da inversão na pauta de julgamento: "O senhor sempre traz surpresas para esse julgamento”. Disse ainda que Barbosa não é coerente, uma vez que os advogados dos réus nem estavam presentes no plenário. O relator respondeu dizendo que o problema no julgamento são "os joguinhos", e a demora dos ministros para darem os votos.

Barbosa acusou Lewandowski de tentar obstruir o julgamento. "Exijo uma retratação", afirmou o revisor. "Não terá retratação", responde Barbosa, com os ânimos exaltados. O relator do processo ainda reclamou que o revisor levou 30 minutos em seu voto lendo "um artigo de jornal". O presidente Ayres Britto interrompeu o ministro relator, disse que não há problemas de se fazer a dosimetria do núcleo político, mas pediu que se interrompam a troca das acusações.

Após novas críticas do ministro Marco Aurélio, que pediu a palavra para discordar das mudanças repentinas no programa do julgamento, Barbosa explicou que fez a inversão porque o núcleo político é menor. “São apenas seis penas, e superado esse grupo, acho que andaremos mais rápido”.

O ex-ministro José Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa no julgamento do mensalão.

O STF fixou a pena do ex-presidente do PT José Genoino em 6 anos e 11 meses de prisão: 2 anos e 3 meses pelo crime de formação de quadrilha e 4 anos e 8 meses por corrupção ativa no episódio de compra de votos de parlamentares. A pena ainda é provisória, mas, se a somatória for mantida, Genoino deve cumprir a pena em regime semi-aberto. A dosimetria definitiva e o regime de cumprimento serão decididos no final do julgamento.

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