BBC Brasil
Márcia Bizzotto
Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira indica que o investimento do Brasil em educação aumentou de 3,5% para 5,6% do produto interno bruto (PIB) entre os anos 2000 e 2010, alcançando assim a média de investimento dos países da organização, que é de 5,4%.
Pertencem à OCDE 34 países, a maioria deles desenvolvidos, como França, Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha, e também nações emergentes, como México e Chile.
Divulgado nesta terça-feira em Bruxelas, o relatórioEducation at a Glance ("Educação em Revista", em tradução livre) afirma, no entanto, que o governo brasileiro investiu em média US$ 2.964 (aproximadamente R$ 6,6 mil) por estudante em 2010, contra US$ 8.382 (cerca de R$ 18,8 mil) nos países da OCDE.
O nível de investimento público do Brasil na educação em 2010 foi igual ao da Áustria, superior ao dos EUA (5,1% do PIB) e comparável com o da França (5,8%) e o da Grã-Bretanha (5,9%), mas ficou longe dos primeiros países da lista da OCDE. A Dinamarca dedicou 7,6% de seu PIB ao setor, a Noruega, 7,5% e a Islândia, 7%.
Entre os países da América Latina analisados no estudo, o Brasil tem o segundo maior nível de investimentos no setor, atrás da Argentina, que em 2010 destinou 5,8% do PIB à educação, mas à frente de México e Chile, com 5,1% e 3,9%, respectivamente.
A educação superior recebeu a maior parcela de gastos no Brasil ─ US$ 13.137 por estudante, mais que a média dos países da OCDE, de US$ 11.383, e mais que os US$ 12.112 dos Estados Unidos, onde 31% dos investimentos em educação são de fonte privada.
Por outro lado, os investimentos brasileiros em educação primária e secundária foram muito inferiores aos dos países ricos ─ US$ 2.653 por estudante, comparado com US$ 8.412 nos países da OCDE e US$ 11.859 nos EUA.
'Bons investimentos'
"Não há ligação direta entre o nível de investimento e a qualidade da educação. O que faz a diferença é a qualidade do investimento, não a quantidade. E o Brasil, nesses últimos anos, soube utilizar bem seus investimentos na educação", disse Eric Charbonnier, analista da OCDE, à BBC Brasil.
A organização considera que "durante a última década o Brasil provou que era capaz de melhorar sensivelmente o desempenho de seus alunos" combinando o aumento em investimentos com uma "divisão de gastos mais equilibrada que no passado".
"Os fundos federais são agora consagrados aos estados mais pobres, garantindo a seus estabelecimentos (de ensino) recursos similares aos dos estabelecimentos de estados mais ricos", diz o relatório.
O documento também destaca programas de formação para professores de todos os níveis, entre eles o "Universidade Aberta", programas de cooperação entre universidades federais e estabelecimentos municipais para intercâmbio de melhores práticas e a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2007.
Como resultado, a classificação do país no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) entre 2000 e 2009 melhorou 16 pontos no quesito compreensão escrita, 15 em ciências e 30 em matemática, apesar de que sua pontuação "continua muito inferior à média da OCDE".
Por outro lado, um ranking divulgado no ano passado pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) colocou o Brail em penúltimo lugar entre 40 países no tocante à qualidade da educação.
O ranking foi compilado com base em testes de alunos realizados entre 2006 e 2010 e em outros critérios, como a quantidade de alunos que ingressam em universidades.
CliqueLeia mais na BBC Brasil sobre o ranking
Márcia Bizzotto
Educação terciária recebe maior parcela de gastos no Brasil
Pertencem à OCDE 34 países, a maioria deles desenvolvidos, como França, Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha, e também nações emergentes, como México e Chile.
Divulgado nesta terça-feira em Bruxelas, o relatórioEducation at a Glance ("Educação em Revista", em tradução livre) afirma, no entanto, que o governo brasileiro investiu em média US$ 2.964 (aproximadamente R$ 6,6 mil) por estudante em 2010, contra US$ 8.382 (cerca de R$ 18,8 mil) nos países da OCDE.
O nível de investimento público do Brasil na educação em 2010 foi igual ao da Áustria, superior ao dos EUA (5,1% do PIB) e comparável com o da França (5,8%) e o da Grã-Bretanha (5,9%), mas ficou longe dos primeiros países da lista da OCDE. A Dinamarca dedicou 7,6% de seu PIB ao setor, a Noruega, 7,5% e a Islândia, 7%.
Entre os países da América Latina analisados no estudo, o Brasil tem o segundo maior nível de investimentos no setor, atrás da Argentina, que em 2010 destinou 5,8% do PIB à educação, mas à frente de México e Chile, com 5,1% e 3,9%, respectivamente.
A educação superior recebeu a maior parcela de gastos no Brasil ─ US$ 13.137 por estudante, mais que a média dos países da OCDE, de US$ 11.383, e mais que os US$ 12.112 dos Estados Unidos, onde 31% dos investimentos em educação são de fonte privada.
Por outro lado, os investimentos brasileiros em educação primária e secundária foram muito inferiores aos dos países ricos ─ US$ 2.653 por estudante, comparado com US$ 8.412 nos países da OCDE e US$ 11.859 nos EUA.
'Bons investimentos'
"Não há ligação direta entre o nível de investimento e a qualidade da educação. O que faz a diferença é a qualidade do investimento, não a quantidade. E o Brasil, nesses últimos anos, soube utilizar bem seus investimentos na educação", disse Eric Charbonnier, analista da OCDE, à BBC Brasil.
A organização considera que "durante a última década o Brasil provou que era capaz de melhorar sensivelmente o desempenho de seus alunos" combinando o aumento em investimentos com uma "divisão de gastos mais equilibrada que no passado".
"Os fundos federais são agora consagrados aos estados mais pobres, garantindo a seus estabelecimentos (de ensino) recursos similares aos dos estabelecimentos de estados mais ricos", diz o relatório.
O documento também destaca programas de formação para professores de todos os níveis, entre eles o "Universidade Aberta", programas de cooperação entre universidades federais e estabelecimentos municipais para intercâmbio de melhores práticas e a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2007.
Como resultado, a classificação do país no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) entre 2000 e 2009 melhorou 16 pontos no quesito compreensão escrita, 15 em ciências e 30 em matemática, apesar de que sua pontuação "continua muito inferior à média da OCDE".
Por outro lado, um ranking divulgado no ano passado pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) colocou o Brail em penúltimo lugar entre 40 países no tocante à qualidade da educação.
O ranking foi compilado com base em testes de alunos realizados entre 2006 e 2010 e em outros critérios, como a quantidade de alunos que ingressam em universidades.
CliqueLeia mais na BBC Brasil sobre o ranking

Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;