Em relatório apresentado nesta segunda-feira, ilha caribenha classificou bloqueio dos EUA como "ato de genocídio"

O governo de Cuba anunciou nesta segunda-feira (07/10) que denunciará perante a Assembleia Geral da ONU o "persistente recrudescimento" do embargo econômico aplicado pelos Estados Unidos contra a ilha, que teve um impacto de mais de US$ 1 trilhão nos últimos 51 anos e é classificado como um "ato de genocídio".

O vice-ministro de Relações Exteriores, Abelardo Moreno, afirmou que "o bloqueio constitui uma transgressão do direito à paz, ao desenvolvimento e à segurança de um estado soberano", ao apresentar nesta segunda-feira à imprensa o relatório que avalia os efeitos dessa medida dos EUA contra a ilha.

Agência Efe
Moreno apresentou o documento nesta segunda-feira, em Havana

O relatório, intitulado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba", denuncia que o prejuízo ocasionado à ilha desde o começo do embargo, em 1962, chega a US$ 1,1 trilhão.

Além disso, o documento sustenta em suas conclusões que, durante os últimos cinco anos, ocorreu um "persistente recrudescimento", especialmente de sua "dimensão extraterritorial". "Durante este período, a pertinaz perseguição e obstrução das transações financeiras internacionais de Cuba se transformou na prioridade da política de asfixia econômica mantidas contra o povo cubano”, acrescenta o relatório que servirá de base para resolução que será votada na ONU em 29 de outubro.

Nesse sentido, o vice-ministro cubano citou como exemplo "mais notório" do bloqueio que "a cada dia há um número maior de bancos no mundo que, por pressões norte-americanas diretas ou indiretas, se negam a realizar transações com Cuba". De acordo com o documento de hoje, em dezembro de 2012, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA multou o banco HSBC, com sede em Londres, por um montante de US$ 375 milhões por realizar operações com Cuba.

O vice-ministro também lembrou da crescente oposição internacional a essa política dos EUA que é condenada pela maioria dos países da ONU. Em 2012, a resolução de condenação ao embargo impulsionada por Cuba foi aprovada, pela 21ª ocasião consecutiva, com um resultado de 188 votos a favor, três contra (EUA, Israel e Palau), e as abstenções da Micronésia e Ilhas Marshall.

Entre os efeitos por setores no último ano, o relatório denuncia que, para o comércio exterior, as perdas chegam a US$ 3,9 bilhões, 10% maior que a do período anterior, e na atividade turística sofreu prejuízos equivalentes a cerca de US$ 1,9 bilhão. Na área industrial, os efeitos negativos são estimados em US$ 197,2 milhões, no transporte, em US$ 469,3 milhões e na saúde pública, em cerca de US$ 39 milhões.

(*) com agência Efe

Opera Mundi

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