Eduardo Guimarães

Foi altamente positiva a manifestação do ex-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSOL Marcelo Freixo no sentido de que, diante da possibilidade de o país vir a ser governado pelo PSDB, não tem dúvida alguma em declarar seu voto em Dilma Rousseff. Freixo, como se sabe, em 2012 chegou a ter 30% dos votos cariocas e, em 2014, é o deputado estadual mais votado.

Pela importância de Freixo no PSOL, sua decisão pode influenciar o partido no sentido de analisar com a devida calma a possibilidade de apoiar a reeleição de Dilma, sobretudo na pessoa da combativa Luciana Genro, quem, por seu brilhantismo no primeiro turno, conquistou uma bela votação para o seu partido, dada a diferença de recursos de sua campanha para os recursos das campanhas dos adversários.

Eis que o PSOL tem diante de si a possibilidade de conseguir pela via eleitoral o que não conseguiu com a ruptura com o PT da qual o partido nasceu, nos primórdios do governo Lula. Afinal, negociando devida e legitimamente o seu apoio a Dilma poderá fazer com que um eventual novo governo dela seja muito mais de esquerda do que o primeiro, além de participar desse governo.

O PSOL poderia, por exemplo, negociar a adoção dos kits anti-homofobia nas escolas, envio de projetos de lei do governo ao Congresso propondo mais direitos para os homossexuais, para os índios, para os negros e, além disso, poderia obter avanços mais concretos na reforma agrária, na jornada de trabalho, na Previdência…

Além do PSOL, há um movimento no PSB de Luiza Erundina e Roberto Amaral que propõe que o partido se mantenha neutro na disputa entre Dilma e Aécio Neves. Esse movimento, com habilidade do PT, pode desembocar em apoio de setores ou expoentes do partido à reeleição da presidente da República. Afinal, Erundina e Amaral estão divergindo frontalmente de Marina no que tange ela apoiar Aécio.

E, como se sabe, o PSB é uma nuvem passageira para Marina. O partido sabe, Marina sabe.

Enfim, se a esquerda tiver juízo e se aglutinar em torno da reeleição de Dilma, não apenas estará aproveitando a maior chance de proporcionar um governo bem mais à esquerda ao Brasil a partir de 2015 como, também, demonstrará que a esquerda brasileira saiu do jardim da infância e já entendeu que, fragmentada, só faz pavimentar o caminho da direita.


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