A reunião do G20, que acontece na Austrália, poderá ser um trunfo fantástico para os projetos brasileiros de infraestrutura. Se houver competência diplomática, negocial e de planejamento do governo Dilma Rousseff, poderá ser o ponto central de dinamização da economia com base em investimento.

Há consenso no G20 de que a economia mundial não se recuperará sem um conjunto planejado de investimentos.

No próximo domingo será lançado o “Plano de Ação de Brisbane”, com meta de 2% de crescimento adicional no PIB mundial. E os projetos preferenciais são os de infraestrutura em países emergentes.

Desde o começo do ano está sendo discutido uma “Iniciativa Global sobre Infraestrutura”. Será criado um “hub” na Austrália para mediar as negociações entre investidores e governos nacionais em projetos considerados de alta prioridade.

***

Esse cenário é favorecido pelos juros irrisórios oferecidos pelos títulos públicos dos países centrais.

O Brasil está levando uma carteira de US$ 49 bilhões em projetos. Por falta de organização, deixou de incluir uma segunda lista com US$ 50 bilhões. Mas apresentará o modelo de debênture incentivada para infraestrutura, um instrumento de captação bem visto pelos investidores internacionais.

***

Essa disponibilidade global de recursos bate com a estratégia montada por Bernardo Figueiredo na EPL (Empresa de Planejamento e Logística) antes de se demitir por incompatibilidade de gênio com Dilma.

O plano de ação – em andamento – é dividido em etapas.

A primeira consistia em resolver os pepinos estruturais que emperram as obras.

Um deles, a definição de uma metodologia consistente para o projeto básico – que serve de base para as licitações. Depois de terminada a licitação, o vencedor apresenta o projeto executivo – mais completo e, em geral, com custo mais elevado. E acaba esbarrando nos limites de aditivos fixados pelo Tribunal de Contas. Outro, a questão da racionalização do licenciamento ambiental.

A segunda etapa será a carteira de projetos atraentes. Para compensar o passivo de infraestrutura, os investimentos anuais teriam que saltar de R$ 15 bi para R$ 100 bilhões ano.

A terceira etapa consistirá em atrair empreiteiras e engenheiros europeus. A crise europeia criou uma enorme disponibilidade de recursos humanos e de equipamentos. Paralelamente, poderá ser desenvolvido um plano de capitalização de médias empreiteiras nacionais, para conferir-lhe dimensão à altura dos desafios da infraestrutura.

A quarta etapa será a da amarração das obras com a indústria de máquinas e equipamentos. Havendo previsibilidade nas obras e garantia na demanda, não haverá dificuldade em se montar um planejamento com a indústria de máquinas e equipamentos.

***

Juntar todas essas pontas não é tarefa trivial. Trata-se de um programa grandioso, que exigirá visão sistêmica, coordenação das diversas etapas, cronograma realista e capacidade operacional para colocar o comboio no front.

Demanda uma competência gerencial que Dilma não demonstrou dispor no primeiro governo. Provavelmente será o grande teste nesse início de segundo governo.


GGN



1 Comentários

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

  1. quem sou eu para tirar uma de ecnomista, mais veja que infelizmente os grandes capitais estao nas maos de poucos, e esses poucos determinam o que vai crescer ou que nao vai, AS tais das bolsas de valores nada mais sao de que controle do mercado e hoje ate os governos sao contriolados por eles. Eles preferem investir em armas cada vez mais poderosa para destruir naçoes do que investir no progressos de naçoes, e agora ate as mais desenvolvidas estao sofrendo nas maos deles. mais apésar de toda a crise eles se preocuparam em nao aumentar o custo de vida. pode faltar emprego mais o custo de vida nos países euroamericanos continuam estaveis desde a c rise em 2008. Basta comparar-mos por exemplo os produtos eletroeletronico que aqui custam 3 ou 4 vezes mais caro do que la. aqui sempre sobe de preçois e la nao. uma tv de 32" led ou plasma la custa em media 160 euros aqui ela nao sai por menos de 800 a 1.300 reais. As industrias praticamente sao as mesmas, philips lg, panasonic, philco, toshibna, oac, etc.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads