Maomé se considerava último dos profetas da tradição judaico-católica; atualmente, islã é segunda maior religião do mundo
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| Wikicommons//Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca (gravura do século XV) |
Maomé, o mensageiro de Alá, profeta do Islã, um dos mais influentes líderes religiosos e políticos da história, morre em Medina, Arábia Saudita, em 8 de junho de 632, nos braços de Aishah, sua terceira e favorita mulher. Depois de 20 anos de revelações corânicas e de ações político-religiosas, e malgrado as divisões internas, a comunidade muçulmana estava em vias de constituição, com suas crenças, seu culto, suas regras de vida, hierarquias de poder – califa, imã. Os árabes foram o último povo do mundo mediterrâneo antigo a abraçar o monoteísmo.
Perseguido pelas tribos árabes politeístas de Meca que não acreditavam na conversão a um deus único, Maomé deixa Meca em 16 de julho de 622 para se refugiar em Yatreb, a futura Medina. É a partir desta cidade, rebatizada Madinat al-Nabî ("cidade do profeta"), que ele iria difundir sua mensagem religiosa a toda a península arábica. Para os muçulmanos, a partida de Maomé marca o início da era muçulmana. Este episódio fundador tomaria o nome de Hégira, da palavra árabe "hijra" que significa "emigração".
Maomé tenta organizar e difundir sua lei monoteísta no seio da população de Medina. Sua meta era, então, conquistar Meca. Para tanto recorreu ao povo medinense. Sob a forma de pequenas expedições, Maomé começou a atacar caravanas de Meca, obtendo sua primeira grande vitória em Badr. Deveria, porém, esperar até 628 e o Tratado de Hudaibiya para ser oficialmente reconhecido.
Na companhia de sua comunidade, cumpriria uma peregrinação. Graças às alianças que estabeleceu, sua popularidade cresce, o que lhe permite conquistar pacificamente as localidades em 630. Desde então o Templo de Kaaba se tornaria o centro do Islã e se abriria ao conjunto dos muçulmanos. Rapidamente, a população que a ele há muito se opunha se converteria e o Islã se espraiaria pouco a pouco em toda a Arábia. O Islã passaria a repousar sobre a lei do Corão e sobre a tradição da “Sunna”.
Início da vida
Nascido em Meca e de origem modesta, Maomé casou-se com uma mulher rica aos 25 anos e viveu os 15 anos seguintes como um mercador comum. Em 610, numa caverna do Monte Hira, ao norte da cidade, teve uma visão em que ouviu Deus, falando por meio do anjo Gabriel, ordenando-o a se tornar o profeta árabe de uma verdadeira religião. As revelações que fez pelo resto da vida foram reunidas no Corão e propiciaram a fundação da religião islâmica. Maomé se considerava o ultimo dos profetas da tradição judaico-católica, adotando a teologia dessas religiões mais antigas enquanto introduzia novas doutrinas.
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Caverna do Monte Hira, onde Maomé teria recebido a revelação do anjo Gabriel de que seria o profeta de Deus
No verão de 622, Maomé já havia conquistado em Meca um substancial número de convertidos o que levou as autoridades — que tinham interesse pessoal em preservar a religião pagã — a planejar seu assassinato. Maomé fugiu para Medina, 320 quilômetros ao norte de Meca, onde assumiu posição de considerável poder político. Em Medina, criou um modelo de Estado teocrático e administrou um império que crescia rapidamente. Em 629, Maomé retornou a Meca como conquistador. Por ocasião de sua morte, ele era o real governante de todo o sul da Arábia e seus missionários ou legados tinham presença efetiva nos impérios orientais, Pérsia e Etiópia.
Durante o século subsequente, vastas conquistas continuaram sob o comando de sucessores e aliados de Maomé. O avanço dos maometanos não pôde ser contido até a Batalha de Tours, França, em 732. À época, o império muçulmano, entre os maiores que o mundo já havia visto, estendia-se da Índia através do Oriente Médio e Norte da África e acima pela Península Ibérica. A expansão do Islã prosseguiu após o fim das conquistas árabes e muitas culturas na África e na Ásia adotaram voluntariamente a religião. Atualmente o islã é a segunda maior religião do mundo.

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