O governo Temer, previsivelmente, passou a ter um único projeto, no qual os antecedentes do seu operador, teimosamente mantido ministro, Moreira Franco permite uma sonante imaginação: o de vender tudo o que for possível.
O resto esfumou-se no ar, inclusive o pouco poder de mando que teve. E a popularidade que nunca teve, qualquer um sabe, seguirá no zero estatístico em que se encontra.
Na área política, o seu maior esforço é para que nada aconteça, embora tudo aconteça até mesmo na “semana morta” do feriadão onde nada menos que três de seus ministros se meteram em escândalos, claro, sem que nada aconteça.
Aloysio Nunes Ferreira, responsável por representar nossas vergonhas perante o mundo como chanceler teve provado seu envolvimento com caixa 2 da Odebrecht, com quem mantinha reuniões sobre aditivos contratuais nas obras do Rodoanel. E daí? E daí, nada.
Sua Ministra dos Direitos Humanos, que ficou calada diante da portaria pró-trabalho escravo, foi apanhada com a boca na botija valendo-se do argumento de seu próprio “trabalho escravo” para furar o teto remuneratório constitucional. E daí? E daí, nada.
Torquato Jardim, ministro da Justiça e responsável pela Polícia Federal chama os comandantes da PM fluminense de “sócios do crime organizado” e não se tem notícia de que isso tenha virado sequer uma mísera investigação.
Como os procuradores da República estão curtindo seus desfiles de fantasias num resort em Pernambuco, finge-se que isso foi uma “bobagem pessoal” de Jardim e que daí, não saia nada.
Teríamos um quarto escândalo se ele não envolvesse o “santo” da mídia, Henrique Meirelles, que confirmou, na prática, ter ganho R$ 180 milhões dos irmãos Batista para presidir um conselho de administração que não se reunia e para montar um “banco de internet”cujo principal ativo é o dinheiro do próprio grupo J&F (a JBS e outras controladas).
Mas isso não repercute e a própria campeã da moralidade econômica – se é que pode haver moralidade num sistema econômico especulativo como o nosso -, não vai além do registro discreto do fato em sua coluna de hoje, dedicada à “candidatura presidencial” do Ministro:
Em quatro anos, segundo a reportagem, citando o BuzzFeed Brasil, ele ganhou R$ 217 milhões nas consultorias às empresas privadas. Como se sabe o que ele ganhou em algumas delas, como a Lazard, a KKR, a conclusão é de que ele teria recebido R$ 180 milhões da J&F, holding da JBS. Ele não confirmou nem desmentiu, mas disse à jornalista que é “um valor até pequeno”.
A diferença entre um “pro-labore” de R$ 180 milhões e um pombal no Guarujá é imensa, não é? Todo mundo sabe que R$ 180 milhões é uma bobagem, quando se trata de Henrique Meirelles.
O Ministro da Fazenda, portanto, completa a quadra do Finados do Governo Temer com o seu “e daí?”.
O Brasil é apenas um negócio, não um país e um povo.
E daí? E daí, nada.
TIJOLAÇO

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