O deputado Wadih Damous (PT-RJ), que já presidiu a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, afirma que o escândalo Globo-Fifa traz elementos que, se confirmados, podem levar à cassação da concessão da Globo; "O Código Nacional de Telecomunicações deixa claro que, se confirmada a prática de crime, a empresa pode perder a concessão"; ele também diz que o episódio revela que o delator argentino – no caso, Alejandro Burzaco – é melhor do que os brasileiros; "ele indicou todo o caminho do dinheiro e a Justiça só não rastreia a propina se não quiser"; por fim, Damous também diz que a grande roubalheira passa distante da Operação Lava Jato e que, no Brasil, ela não é investigada deliberadamente
– O delator argentino é muito melhor do que os brasileiros que têm aparecido na Lava Jato. Ele falou e trouxe elementos que comprovam o que disse – aponta o deputado.
Segundo Burzaco, que comandava a empresa Torneos y Competencias, ele foi orientado pela Globo a abrir uma subsidiária na Holanda. Em seguida, teria recebido recursos de uma empresa da família Marinho para pagar propina ao ex-dirigente argentino Julio Grondona, já falecido, numa conta suíça secreta no banco Julius Baer.
– A Justiça agora só não rastreia a origem e o destino da propina se não quiser – diz Damous.
O deputado vai além e afirma que há elementos até para se propor a cassação da concessão da Rede Globo de Televisão. Isso porque o artigo 53 da Lei 4.117, que trata do setor, estabelece que "constitui abuso, no exercício de liberdade da radiodifusão, o emprego desse meio de comunicação para a prática de crime ou contravenção". Ou seja: se for confirmada a prática de crime, a empresa pode perder a concessão.
Damous diz ainda que o episódio demonstra que a Operação Lava Jato passa longe da grande corrupção – ou daquilo que o deputado chama de "Roubo com R maiúsculo". E não o faz, segundo ele, de forma deliberada.
Ele afirma ainda que, ao corromper cartolas para se tornar monopolista no futebol, a Globo agride a democracia no Brasil, uma vez que amplia sua audiência, sua influência e seu poder de manipulação.
Em nota, a Globo negou o pagamento de propinas e disse que, após realizar uma investigação interna, a emissora concluiu pela própria inocência.
Ontem, em debate na TV 247, o escândalo Globo-Fifa foi o tema central. Reveja e inscreva-se no canal:
Brasil 24/7

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