A manutenção da candidatura de Lula, contra tudo e contra todos, é o gesto de maior radicalidade do PT no enfrentamento ao golpe. O partido vacila muito, nas composições nos estados, fazendo alianças como se o golpe não tivesse ocorrido, numa lógica que subordina a luta política ampla aos interesses dos detentores de mandato. Manter Lula candidato, mesmo encarcerado em Curitiba, é a denúncia mais eloquente da ilegitimidade das eleições e de toda a ordem jurídico-político nascida do golpe.




Por isso, a manutenção da candidatura de Lula incomoda tanto. A mídia se esforça por apagar a existência dele e fingir que a eleição será "normal" mesmo sem o líder das pesquisas concorrendo, mas, com Lula reafirmando a cada vez que é candidato, fica difícil. Por isso, a insistência de que o PT precisa logo apresentar seu "plano B".

Às vezes, isso toma a forma de sugestões e advertências que se querem genuinamente preocupadas com o bem do petismo. Hoje, um daqueles colunistas da Folha escreve: "PT paga preço alto ao manter Lula como candidato fantasma". Sei não. Conselho de inimigo jurado tem que ser encarado com desconfiança...


Luis Felipe Miguel

Contexto Livre


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