Jornal GGN - A investigação que recai contra o presidente Michel Temer no decreto dos Portos ganha um novo capítulo nesta semana: o grupo Libra, apontado como o principal beneficiário da medida de governo no Porto de Santos, contratou um ex-procurador-geral da República como advogado para atuar em negociações com a atual Procuradora-Geral Raquel Dodge.

É o segundo episódio que expõe as negociações e articulações dos investigadores da Operação Lava Jato com advogados. Anterior a este, o caso de Marcelo Miller, ex-procurador que atuou na banca de advogados da JBS e fez a ponte para o acordo de delação dos irmãos Batista e do grupo com o Ministério Público Federal (MPF), quando nem sequer havia se desligado oficialmente da Procuradoria, mostrou outras interfaces da Lava Jato.

Após o esquema que envolveu Miller e que, uma vez aos holofotes do noticiário, colocou em risco os benefícios da delação de Joesley Batiste e dos demais executivos da J&;F, a Folha de S.Paulo traz outra manchete nesta segunda-feira.

Se o primeiro delator contra o atual mandatário, Joesley, sofre hoje as consequências de uma articulação envolvendo bancadas de advogados e procuradores da República da força-tarefa da Operação Lava Jato, os próprios investigados também cederam ao jogo. A notícia é que a família Torrealba proprietária do grupo Libra, principal investigado nos ilícitos envolvendo o Porto de Santos e o MDB, contratou Antonio Fernando de Souza.

O advogado é ex-procurador-geral da República e ele ficou responsável pela interlocução da empresa da família nas investigações do Ministério Público Federal (MPF).

Faltando poucos dias para a apresentação da denúncia ou não pela PGR Raquel Dodge, a contratação do advogado foi a estratégia encontrada pelo grupo Libra, responsável pelo Porto de Santos, de ampla influência do atual mandatário Michel Temer e de seu partido político, para se aproximar de seus acusadores.

Em março deste ano, durante a deflagração da Operação Skala, que prendeu os amigos de Temer, além do coronel João Baptista Lima e do advogado e ex-assessor do emedebista, José Yunes, a Polícia Federal realizou buscas e apreensões, entre elas um contrato da Argeplan, empresa do coronel Lima e também alvo do inquérito, com o grupo Libra.

O coronel é apontado de ser o principal elo de propina das arrecadações com Temer. De acordo com reportagem da Folha, a Polícia Federal deve concluir nas próximas semanas o resultado dessa Operação deflagrada em março. A partir daí, caberá à PGR denunciar ou não os alvos, entre eles o presidente Michel Temer.

GGN

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