O veneno da jararaca fazendo efeito: o poste se ilumina e com isso as de chances Marina Silva e Ciro Gomes subiram no telhado. Bolsonaro tranquilão e Alckmin a espera de um milagre.

A pesquisa XP Investimentos- Ipespe divulgada pelo jornal Valor Econômico em 09 de junho de 2018 mostra o PT disputando o 2º turno nas eleições presidenciais de 2018. E explica as posições de hostilidade entre Ciro Gomes e Lula.

Quando o eleitorado é informado que Fernando Haddad é “o candidato de Lula”, o percentual de intenções de voto de Haddad salta de 3% para 11% e o coloca virtualmente em um segundo turno contra Bolsonaro. Para quem frequenta a Oficina, isso não é exatamente uma novidade.


Como trouxe o próprio Valor, nas palavras de Marcela Montenegro – diretora-executiva do Ipespe: “não dá para supor que um nome apoiado por Lula tenha só 3%. O resultado confirma que ele [Lula] é o principal eleitor do país, algo que parece comparável só com o próprio Lula em 2010 e 2014”.

Em 2010 e 2014 foi eleita e reeleita Dilma Rousseff – “o poste de Lula”.

A pesquisa XP Investimentos traz a público dados que, por certo, já eram do conhecimento dos partidos em disputa pela presidência da República em 2018. E ajuda a entender algumas posições e estratégias adotadas pelos concorrentes.



Duas delas que pareciam aparentemente incoerentes ou contraproducentes, de repente, tornam-se lógicas.

  • A insistência de Lula e do PT em manter a candidatura de Lula apesar do ex-presidente estar preso e com improváveis chances de concorrer.
  • Ciro Gomes em briga com o PT e Lula avisando que o PT não apoiaria Ciro no primeiro turno.
Isso porque, segundo a pesquisa, o PT está vivíssimo nas eleições de 2018. A estratégia de manter Lula em campanha torna-o o melhor cabo eleitoral de Haddad – ou do “poste” que Lula escolher – e ainda mantém “o escolhido” a meio-abrigo das investidas do Partido da Justiça. Isso antes da divulgação dos resultados da pesquisa. Veremos agora se o Partido da Justiça passa recibo do lawfare e parte para cima de Haddad.

Ciro e Marina só herdam parte dos votos de Lula se o eleitorado não souber quem é o candidato de Lula.

Marina leva esses votos com o recall que possui, mas Ciro necessitava de um acordo com o PT que o colocasse na cabeça da chapa. Como esse acordo foi insinuado e renegado, é possível que Lula e o PT já soubessem, a partir de algum tempo, que a “estratégia do poste” poderia dar resultados novamente.



Para Bolsonaro e Alckmin nada muda.

Bolsonaro está no segundo turno em 2018. Mas com teto. Ocorre que, com esse teto, seu eleitorado fiel só é suficiente para leva-lo até lá – o segundo tuno. Para ser eleito, Bolsonaro precisaria convencer o eleitorado de quem ficar de fora a votar com ele. E esse eleitorado tende a ser ou de Marina ou de Ciro ou Haddad. Poucas chances para Bolsonaro.

Pior ainda, no segundo turno, Bolsonaro terá de falar. E quando Bolsonaro abre a boca…

Alckmin não existe. Precisaria de um milagre nas urnas eletrônicas. Urnas, aliás, que por decisão do STF, não terão voto impresso – ou seja, não poderão ser auditadas. Mas claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra.



Oficina de Concertos Gerais e Poesia

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