A demissão de Pedro Parente era desejada por muita gente na área política e na base aliada do governo – que agora, em sua extrema fragilidade, vai ceder a tudo e a todos, em todas as circunstâncias.
Só que os políticos que pediam a cabeça de Parente não estavam esperando sua saída assim, pedindo demissão e dando a última palavra. Na verdade, eles estão se lixando com Petrobras, e usavam a conversa da demissão como uma forma de dizer que estavam do lado do público e dos caminhoneiros que reclamavam do preço extorsivo do combustível.
A conversa dos políticos contra Parente destinava-se sobretudo a mostrar, nesses meses pré-eletorais, que estão contra os aumentos e que a culpa era de Pedro Parente.
Só que não era. Quem decidiu colocá-lo lá, para as mudanças na estatal, foi Michel Temer e, obviamente, as forças que apoiaram o impeachment e o sustentaram.
Quem mais deve ganhar com a saída é o próprio Parente, que tem emprego garantido na BRF. Quem mais perde é o governo, ou o que sobrou dele. E sobrou pouco, depois das concessões da greve e do desmonte do “dream team” da economia que tanto impressionou mercado e o establishment no início do governo Temer.
Os Divergentes