A regra do nosso Judiciário é a regra da selva: o poder dos mais fortes não tem contraste.
Por sete votos a quatro, o Supremo Tribunal Federal aprovou a farsa ampla, geral e irrestrita da terceirização.
De agora em diante, todos os trabalhadores de um empresa poderão ser “alugados” de outra.
Não mais, limpeza, vigilância, reparos e outras atividades que não sejam a principal.
Se a Volkswagen ou uma rede de supermercados quiser, não terá um empregado sequer.
Basta contratar a empresa de um mercador de seres humanos e pagar pelos serviços.
Como despesa operacional, claro, abatida em seus impostos.
Em tese, é solidariamente responsável pelo pagamento de salários e encargos sociais dos “subtrabalhadores” que vão lhes prestar serviços, mas qualquer um que já tenha tido contato com estas empresas sabe como isso é duvidoso.
E como a Justiça do Trabalho já não é gratuita para o trabalhador, muitos vão deixar de procurar seus direitos, por não terem meios para isso.
Da mesma forma que enfraquece os trabalhadores, que passam a ser de duas “categorias”, embora fazendo o mesmo trabalho. Adivinhe quem vai ganhar menos…
Dizem que vai “baratear” o custo da mão de obra. e os encargos sociais foram pagos tal como seriam na contratação direta, não há forma de que seja, senão pagando salários menores.
A terceirização é especialmente cruel com os empregados de mais idade. Sem vínculo com a empresa, é fácil dizer “não quero essa velha por lá”. O “fornecedor de gente” vai discutir, dizer que ela é experiente, capaz, etc?
“Dona Fulana, infelizmente vamos ter de descontinuar os seus serviços”…
Vai para o lixo.
Alegam que isso é vital para a “recuperação econômica”. Cármem Lúcia chegou a dizer que proibindo a terceirização generalizada as empresas deixariam “de criar postos de trabalho” aumentariam “a condição de não emprego”.
Lula, que os ministros odeiam tanto, criou 15 milhões de empregos sem terceirização assim.
O retrocesso que o Brasil vive, patrocinado pela mídia, pelo governo do golpe e pelo Judiciário não fica só na política, desde ao mundo do trabalho de milhões de brasileiros.
Temos ministros sórdidos ao ponto de, 24 horas após terem aumentado os salários de seus gordos e vitalícios cargos, praticar esta crueldade com gente humilde.
Estão nos empurrando para uma selva semi-escravocrata do trabalho precário que começamos a superar há mais de 70 anos, com a CLT.
Por eles, logo seremos todos motoristas de Uber.
E pior, em um país tão pobre que, salvo uma casta de privilegiados em que nem sequer poderá pagar a corrida.
TIJOLAÇO


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