Empresas estão comprando pacotes de disparos maciços de mensagens contra o PT e Haddad no WhatsApp e preparam uma ofensiva na semana anterior ao segundo turno, relata a Folha.
A prática é ilegal.
No dia 21 de junho, o então presidente do TSE, Luiz Fux, afirmou que a Justiça Eleitoral poderia anular o resultado de uma eleição se ela decorresse da divulgação em massa de notícias falsas.
A declaração foi dada num evento que contou com gente da União Europeia, a procuradora-geral da República Raquel Dodge, o ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira, e o presidente da OAB Claudio Lamachia.
“O artigo 222 do Código Eleitoral prevê que se o resultado de uma eleição qualquer for fruto de uma fake news difundida de forma massiva e influente no resultado, pode haver anulação. É claro que isso demanda um acervo probatório, uma cognição, conhecimento profundo daquilo que foi praticado”, declarou.
Segundo o artigo 237, deveriam ser coibidos e punidos “a interferência do poder econômico e o desvio ou abuso do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto”.
No convescote foi lembrado que o artigo 323 do Código Eleitoral considera crime o ato de alguém “divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado”.
A pena é de detenção de até um ano, além de multa.
Nada aconteceFux comentou que contaria com a ajuda da imprensa “profissional” (as aspas são minhas), das agências de “checagem” (idem) e também de partidos políticos e profissionais de marketing (ibidem), que, segundo o ministro, se comprometeram em não disseminar fraudes na internet.
Bolsonaro encontrou, no antipetismo cevado pela mídia e pela Judiciário, um terreno propício para plantar uma tonelada de cascatas.
A patranha do “kit gay” vem desde 2011. Bolsonaro e seus comandados falaram desse embuste ininterruptamente.
A dez dias do pleito, vídeos sobre essa lorota foram tirados do ar.
Olavo de Carvalho escreveu em suas redes que no livro “Desorganizando o Consenso”, escrito em 1998, Haddad defendeu que para implantar o socialismo é preciso derrubar primeiro o “tabu do incesto”.
“Kit gay é fichinha. O homem quer que os meninos comam suas mães”, postou.
Carlos Bolsonaro compartilhou para suas hostes de imbecis amorais.
O caso foi levado ao TSE.
De acordo com o juiz Luís Felipe Salomão, Olavo apenas “exteriorizou o pensamento crítico”.
“A liberdade de expressão no campo político-eleitoral abrange não só manifestações, opiniões e ideias majoritárias, socialmente aceitas, elogiosas, concordantes ou neutras, mas também aquelas minoritárias, contrárias às crenças estabelecidas, discordantes, críticas e incômodas”, sentenciou.
Fim.
O Brasil é um faroeste e esta é a campanha mais sórdida da história. Quem bancou a usina de difamação e calúnia bolsonarista?
Agora temos parte da resposta.
Mas vamos lembrar que nada, nada disso seria possível sem os togados.
Não é que se omitiram. É que foram cúmplices.
Por Kiko Nogueira

إرسال تعليق
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;