“Eu fui tenente feliz na vida. Quando eu construí estrada, não tinha nem Ministério Público nem o Ibama. A primeira árvore que nós derrubamos (na abertura da BR-163), eu estava ali… derrubei todas as árvores que tinha à frente, sem ninguém encher o saco. Hoje, o cara, para derrubar uma árvore, vem um punhado de gente para encher o saco.”

A declaração do o general Oswaldo Ferreira, um dos “quatro ou cinco” generais favoritos para ocupar ministérios num eventual governo Bolsonaro não é um acaso e não são só as árvores que serão derrubadas por gente “feliz da vida” por não ter “um punhado de gente enchendo o saco”.

As senhoras de boas roupas e cabelos bem tratados não se chocam, porque, afinal, jequitibás, castanheiras, macacos e onças não são “fofos” como um poodle, um bichon frisé ou um gato persa, não é?

No caso dele, indicado Ministro dos Transportes, a fórmula é simples: acabando o Ministério do Meio Ambiente, o licenciamento ambiental passa a ser de um funcionário seu e, portanto, seu subordinado. Adivinhe se não vai sair, sem mais delongas, o sinal verde para “meter o trator”?

Como o método vai se repetir com os órgãos fiscalizadores em todas as áreas, nada mais fácil que o “meter o trator” generalizado. Por exemplo: nos direitos trabalhistas, a tal “carteira de trabalho verde e amarela”, com menos direitos, vai ser, claro, “opcional”. Ou você aceita e pega a vaguinha ou não aceita e fica na sarjeta.

E não alegue que não sabia, porque o próprio candidato disse, várias vezes, que “o trabalhador vai ter que decidir: menos direitos e emprego ou todos os direitos e desemprego”. A única vez em que ele decidirá é no dia 28 deste mês. Depois, é no “ou dá ou desce”.

Ah, mas a opinião pública e a Justiça não vão deixar que as coisas sejam feitas assim, com truculência…

Bem, o ex-capitão já avisou, também:

Não é a imprensa nem o Supremo que vão falar o que é limite pra mim. Vão catar coquinho, não vou arredar em nada, não me arrependo de nada que falei.

Mas, se mesmo assim, aparecer “um punhado de gente para encher o saco”, não tem problema. Talvez não precise nem chamar a polícia. Basta deixar que as milícias de fanáticos saiam distribuindo pauladas ou riscando, a canivete, “símbolos budistas” nas barrigas das moças e rapazes que protestarem.

Seus filhos, talvez.

A imaginária “ditadura bolivariana” de um partido que está fora do poder há dois anos e meio vai ser trocada, sob o patrocínio das ditas “instituições republicanas” pela simples selvageria do capital.



TIJOLAÇO

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