Ex-cobrador de ônibus foi injustamente acusado, em 2009, de estuprar filha de dois anos, tendo a esposa como cúmplice; à época, senador pressionou até o delegado para prender Luiz Alves de Lima
Foto: Reprodução/YouTube
O que liga a história do ex-cobrador de ônibus a Magno Malta é que no terceiro dia de prisão, o senador chegou “com um batalhão de gente”, incluindo inúmeros jornalistas, e assumiu as funções de “juiz, promotor, delegado”, revela Lima. O delegado do caso escreveu em seu relatório: “Malta manifestou-me que, por sentimento pessoal e experiência profissional, entende ser o pai da criança o autor do delito”.
O senador baiano, radicado no Espírito Santo, era presidente da CPI da Pedofilia em 2009, quando ocorreu o fato. Na época em que Lima foi preso, Malta prometeu em plenário que “os pedófilos desgraçados estavam com os dias contados”.
Durante as sessões de tortura, Lima perdeu a visão do olho direito e, do esquerdo, tem somente 25%. Depois de inocentado em todas as instâncias da Justiça, o ex-cobrador de ônibus, que ficou incapacitado devido à violência a que foi submetido, processa o senador, o estado e o médico responsável pelo laudo que o colocou como suspeito.
“Circo”
Lima declarou que tudo que passou só foi aconteceu em consequência do “circo” montado por Malta. Cleonice, esposa do ex-cobrador, ficou 42 dias presa e afirma que foi pressionada pelo senador para acusar o marido.
Lima e Cleonice perderam a guarda da filha. A menina chegou a afirmar a uma psicóloga que tinha medo que o pai, por estar ausente, não gostasse dela. Só não foi para a adoção porque a mãe da esposa vendeu tudo o que tinha e veio da Bahia. Hoje, a filha tem 12 anos e ainda mora com a avó.
Revista Fórum


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