Nos 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, livro contemporiza mensagens de união e igualdade

Juca Guimarães

Brasil de Fato | São Paulo (SP)

Obra do projeto Usina de Valores, do Instiuto Vladmir Herzog reúne nove artigos / Usina de Valores


Com coordenação do teólogo e pastor progressista Ronilso Pacheco, o projeto Usina de Valores, do Instituto Vladimir Herzog, está lançando o livro “Jesus e os Direitos Humanos”, com nove artigos que relacionam passagens bíblicas e as mensagens de Jesus Cristo com a busca contemporânea por justiça, igualdade e defesa dos direitos civis e sociais.

“Por diversas razões, sabemos que um livro que fale do evangélico, de evangélicos, da Bíblia e de Jesus, nesse momento, tem um lugar especial, tem um papel importante. Sobretudo por conta desse contexto, de como a igreja e o campo evangélico está presente no Estado, na política, no Executivo e no Legislativo brasileiro”, diz o pastor Ronilso.

O livro faz parte de uma série de ações do Usina de Valores que têm o objetivo de promover a cultura de direitos humanos e combater o crescente discurso de ódio e perseguição aos movimentos populares, que predominou na narrativa da extrema-direita durante as eleições presidenciais. Em 2018, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos. Porém, no Brasil, foi um dos anos mais violentos contra defensores dos Direitos Humanos, como por exemplo os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março, e da execução do policial João Maria Figueiredo, do movimento de policiais Antiifascista, em Natal, no Rio Grande do Norte, no último dia 21 de dezembro.

“Em um país cristão como o Brasil, trazer um livro que articula as mensagens da Bíblia com os direitos humanos é fundamental”, diz Rogério Sottili, diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog.

Entre as escritoras e os escritores que assinam os textos estão Caio Marçal, teólogo e pedagogo; Andreia Fernandes, pastora e teóloga; Pastora Kátia Ezoite e Pastor Jairo dos Santos; André Guimarães, educador popular e ativista da Teologia Negra no Brasil; Géssica Dias, assistente social e membra da Igreja Batista de Coqueiral, em Recife; Henrique Vieira, teólogo, ator e pastor; Kleber Lucas, cantor e pastor; José Marcos, teólogo e psicólogo; João Luiz Moura, pedagogo e mestrando em Ciências da Religião.

“Esse livro faz parte de uma disputa de sentido. Uma disputa de sentido da Bíblia, uma disputa de sentido do evangelho, uma disputa de sentido de Jesus no debate sobre direitos humanos, sobre a dignidade, sobre a diversidade, sobre a pluralidade, sobre a democracia”, comenta o pastor.

O projeto Usina de Valores também promoveu a campanha ‘40 Dias de Orações pelos Direitos Humanos’, que debateu, entre outros assuntos, o papel das igrejas Evangélicas na ascensão e disseminação do discurso de ódio.

Edição: Luiz Felipe Albuquerque
Brasil de Fato

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