Não se sabe o vinho servido hoje no almoço da Firjan, mas Guedes, segundo relato de alguns comensais, esqueceu a humildade em casa, passou do tom e atirou para tudo que é lado


Paulo Guedes. Foto Marcelo Casal, Agência Brasil

É o próprio Satanás, encarnado pelo magistral Al Pacino, quem, na cena final do filme “O advogado do Diabo”, faz a revelação e diz que seu pecado predileto é a vaidade. Pelo menos em relação ao poder, Brasília sabe que esse é um dos mais mortais, e se pudesse falar contaria as histórias de ascensão e queda que presenciou, motivadas sobretudo pela vaidade de seus personagens. Essa silenciosa observadora está prestes a receber mais um governo, com sua nova fornada de presas do pecado preferido de Satanás. Quem sucumbirá primeiro?

O superministro Paulo Guedes, que até agora tinha se preservado bastante, conseguindo inclusive aplausos por nomear uma equipe elogiada pelo PIB e pelo mercado, virou candidato. Não se sabe o vinho servido hoje no almoço da Firjan, mas Guedes, segundo relato de alguns comensais, esqueceu a humildade em casa, passou do tom e atirou para tudo que é lado.

O momento de maior constrangimento foi quando ele investiu contra o Sistema S, galinha dos ovos de ouro das confederações e federações empresariais de norte a sul do país. À plateia repleta de empresários, disse: “Tem que meter a faca no sistema S também. Estão achando que a CUT perde o sindicato, mas aqui fica tudo igual?”. E explicou que, se os empresários forem parceiros, será melhor. Caso contrário, o corte será pior: “se tiver a visão do Eduardo Eugênio (presidente da Firjan), corta 30%; se não tiver, corta 50%”.

Os governadores de Estado receberam de Guedes uma dura advertência: ” Se não apoiar (as reformas), vai lá pagar sua folha. Como ajudar quem não está me ajudando? Quero que dinheiro vá para estados e municípios, mas me dê reforma primeiro”.

Até a imprensa, que é persona non grata no governo eleito mas costuma tratar bem o futuro ministro da Economia, entrou na linha de tiro: segundo ele, a imprensa, que seria um “quarto poder”, “não entendeu” o fenômeno político da eleição de Bolsonaro.


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