Jornal GGN - O jornal The Guardian repercutiu a nomeação da pastora Damares Alves para ser a titular do Ministério dos Direitos Humanos turbinado com a pasta de Mulheres e a Funai. Na visão do jornal estrangeiro, o "presidente eleito de extrema direita" Jair Bolsonaro praticamente "aboliu" os Direitos Humanos como é atualmente para dar lugar a uma visão "conversadora" da família e valores morais no setor.

"O plano, anunciado na quinta-feira, provocou protestos de grupos feministas, ativistas indígenas e ativistas LGBT, que temem que isso indique que os direitos humanos serão rebaixados sob o novo governo", apontou o jornal.

Damares é advogada, pregadora evangélica, assessora parlamentar e "co-fundadora de um grupo que resgata crianças indígenas de situações de perigo e evangeliza em comunidades indígenas."


"Ela se opõe ao aborto - ilegal no Brasil na maioria dos casos - acredita que as mulheres nasceram para serem mães e disse que planeja trabalhar para as pessoas 'invisíveis' na sociedade, como ciganos e mulheres que cortam cana-de-açúcar e usam borracha."

Guardian destacou a frase dita por Damares em 2016, sobre ser a "hora de a igreja governar” e observou que ela deve atender ao anseio de Bolsonaro em reduzir as áreas de reserva indígena já que a meta do capitão da reserva é aumentar a exploração nesses lugares.

Para Cleber Buzatto, secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário, um grupo ligado à conferência de bispos do Brasil, a nomeação de Damares é um risco à comunidade indígena do ponto de vista cultura.

"Alves, que tem uma filha indígena adotiva, é uma das fundadoras do Atini - Voz Pela Vida, um grupo que luta contra o infanticídio de crianças deficientes e não desejadas, uma prática em algumas comunidades indígenas remotas. A página do grupo no Facebook também mostra seus membros pregando em aldeias indígenas." Está ligado ao grupo missionário Jovens Com Uma Missão, cuja missão é “pregar o evangelho a todas as criaturas do mundo”.

Em condição de anonimamente, um funcionário da Funai disse que os funcionários ficaram “desnorteados” com a decisão de Bolsonaro. “Eles escolheram o pior possível [pessoa]. Estamos em estado de choque”, disse o funcionário.

Sob a "presidência de esquerda Dilma Rousseff", diz o The Guardian, "o Brasil teve um ministério de mulheres, igualdade racial e direitos humanos, que seu sucessor Michel Temer rebaixou em uma secretaria para políticas femininas, primeiro no ministério da justiça, em junho deste ano para o ministério de direitos humanos."

"Carolina Oms, diretora editorial da revista AzMina, disse que a decisão de Bolsonaro de agrupar mulheres, família e direitos humanos em um único ministério mostrou o pouco respeito que ele tinha pelos assuntos em questão."

Bolsonaro expressou repetidamente opiniões homofóbicas ao longo dos anos. Mas Alves defendeu o casamento gay - que é legal no Brasil - na quinta-feira. Toni Reis, diretor-presidente do grupo Aliança Nacional LGBTI (Aliança Nacional LGBTI), disse que trabalharia para encontrar um terreno comum com ela.

"Temos muitas divergências com ela e algumas semelhanças", disse ele. "Vai ser muito difícil fazer avanços, mas não vamos aceitar ir para trás."




GGN

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