O presidente da Bolívia, Evo Morales

A decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de entregar Cesare Battisti à Itália desencadeou uma onda de protestos nos meios políticos progressistas de seu país.

A indignação é maior entre dirigentes e militantes do Movimento para o Socialismo (MAS), o partido de sustentação do governo, há 13 anos no poder.

Um dos críticos mais veementes é o ex-guerrilheiro Raúl Garcia Linera, irmão de Álvaro Garcia Linera, vice-presidente da República e braço direito do líder boliviano.


“Hoje, pela primeira vez este processo de mudanças age de forma contra-revolucionária, hoje os interesses de Estado foram colocados acima da moral e da práxis revolucionária”, afirmou Garcia Linera, pouco depois da confirmação da partida do avião que transportou Battisti para Roma, de acordo com o jornal “El Deber”, de Santa Cruz de La Sierra.

“Estamos entregando um prisioneiro, que solicitou refúgio, como se fosse uma vil mercadoria.”

A Garcia Linera se somaram outras personalidades ligadas ao bloco governista, como o ex-ministro de Governo da Bolivia Hugo Moldiz, e o Advogado do Povo, David Tezanos, vinculado ao Ministério da Justiça boliviano. Moldiz atacou a atuação da Comissão Nacional de Refugiados (Conare), que se negou a examinar o pedido de asilo encaminhado por Battisti no dia 18 de dezembro do ano passado.

“A Conare violou os direitos de Cesare Battisti ao entregá-lo à Itália”, afirmou Moldiz. “O custo político para o governo boliviano será alto.” Tezanos vai pelo mesmo caminho. “Foram violados os princípios de não devolução e de não expulsão”, disse.

Não faltaram condenações à pirueta dada por Morales para colaborar com o governo do presidente conservador Sergio Mattarella.

Segundo eles, como não existe tratado de extradição entre a Bolívia e a Itália, a solução foi entregar Battisti com o argumento de que sua presença em Santa Cruz de La Sierra era irregular.


DCM

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