Cartaz do Perifacon, que terá sua primeira edição em março | Foto: Divulgação
Altos valores de ingressos para feiras e eventos do universo geek provocaram em um grupo de jovens do extremo sul de SP o desejo de criar primeira edição de um evento acessível e que é a cara da quebrada
por Amanda Figueiredo, especial para Ponte
Em março deste ano, a periferia da zona sul de São Paulo vai receber a primeira edição do PerifaCon, um evento gratuito que incentiva e promove a democratização do acesso à cultura nerd na quebrada. O projeto foi idealizado por Andreza Delgado, Danilo Rodrigo, Igor Nogueira, Pedro Okuyama, Mateus Ramos, Josivaldo Filho, Pedro Brandão e Giovanna de Oliveira Coelho, um grupo de amantes de HQs, livros e cultura pop oriundos das periferias de São Paulo. E a ideia surgiu muito inspirada em uma reação aos eventos do gênero que são inacessíveis para quem fecha as finanças do mês com alguma dificuldade. À titulo de comparação, a CCXP (Comic Con Experience), maior evento do gênero do mundo, em sua edição do ano passado em São Paulo oferecia entradas que iam de R$ 89,99 a R$ 429,99, se você quisesse ir nos quatro dias de evento, valor um pouco menor que metade de um salário mínimo.
“Não tem condições de pagar $170,00 em um dia da Comic Con. E não é só pagar pra entrar, é também chegar lá. É excludente o transporte na cidade, a questão de como se alimentar. Então a gente pensou ‘pô, vamos fazer um evento aí’, era pra ser uma feira de quadrinhos, só que virou essa coisa enorme”, explica Andreza Delgado, uma das idealizadoras.
O Perifacon vai acontecer no dia 24 de março, na Fábrica de Cultura do Capão Redondo, e contará com palestras e oficinas de artistas e produtores independentes de diversas periferias, além de debates sobre questões econômicas do que é ser nerd no Brasil e representatividade nas HQs. As literaturas marginais e artistas independentes como Wagner Loud e Gil Santos – conhecidos pelo projeto que transformava rappers em personagens de HQs – também estarão presentes no evento, viabilizando a integração entre quem consome e quem produz quadrinhos e cultura nerd de forma independente nos extremos da cidade.
Arte de Pedro Okuyama para pôster que está entre as recompensas do crowdfunding do Perifacon | Foto: Divulgação
Para tornar o sonho realidade, o grupo organizou uma campanha de crowdfunding pedindo R$ 5 mil e a primeira meta, que era objetivamente para fazer o Perifacon, já foi até alcançada. Mas a campanha continua até o dia 28 de janeiro, porque a equipe não quer parar por aí: a ideia é com o excedente realizar outros eventos menores sobre o mesmo tema e até mesmo conseguir realizar outras edições em periferias de outras regiões. É possível ajudar com valores que variam entre $30,00 a $70,00 e para cada apoio há uma recompensa que pode ser um poster, camisa, botton ou a HQ que narra a história de quatro personagens do Jd. Angela. A obra é do artista independente e integrante da organização do evento, Pedro Okuyama.
Para Andreza Delgado, a importância de inserir narrativas dessa temática na periferia está em pautar o nerd enquanto periférico, produtor e consumidor. “A gente não só consome cultura nerd, a gente produz. Tanto é que a gente colocou como uma das recompensas do financiamento, quadrinhos de duas pessoas da organização, que conta história de personagens que vivem no Jd. Angela. Vai ter a estreia da HQ de um mano lá do Grajaú durante o evento”, aponta. “A gente quer misturar esses dois universos, trazer uma galera que já tá na cena pra contar como é e trocar essas vivências”, finaliza Andreza.
Ponte Jornalismo
“Não tem condições de pagar $170,00 em um dia da Comic Con. E não é só pagar pra entrar, é também chegar lá. É excludente o transporte na cidade, a questão de como se alimentar. Então a gente pensou ‘pô, vamos fazer um evento aí’, era pra ser uma feira de quadrinhos, só que virou essa coisa enorme”, explica Andreza Delgado, uma das idealizadoras.
O Perifacon vai acontecer no dia 24 de março, na Fábrica de Cultura do Capão Redondo, e contará com palestras e oficinas de artistas e produtores independentes de diversas periferias, além de debates sobre questões econômicas do que é ser nerd no Brasil e representatividade nas HQs. As literaturas marginais e artistas independentes como Wagner Loud e Gil Santos – conhecidos pelo projeto que transformava rappers em personagens de HQs – também estarão presentes no evento, viabilizando a integração entre quem consome e quem produz quadrinhos e cultura nerd de forma independente nos extremos da cidade.
Arte de Pedro Okuyama para pôster que está entre as recompensas do crowdfunding do Perifacon | Foto: DivulgaçãoPara tornar o sonho realidade, o grupo organizou uma campanha de crowdfunding pedindo R$ 5 mil e a primeira meta, que era objetivamente para fazer o Perifacon, já foi até alcançada. Mas a campanha continua até o dia 28 de janeiro, porque a equipe não quer parar por aí: a ideia é com o excedente realizar outros eventos menores sobre o mesmo tema e até mesmo conseguir realizar outras edições em periferias de outras regiões. É possível ajudar com valores que variam entre $30,00 a $70,00 e para cada apoio há uma recompensa que pode ser um poster, camisa, botton ou a HQ que narra a história de quatro personagens do Jd. Angela. A obra é do artista independente e integrante da organização do evento, Pedro Okuyama.
Para Andreza Delgado, a importância de inserir narrativas dessa temática na periferia está em pautar o nerd enquanto periférico, produtor e consumidor. “A gente não só consome cultura nerd, a gente produz. Tanto é que a gente colocou como uma das recompensas do financiamento, quadrinhos de duas pessoas da organização, que conta história de personagens que vivem no Jd. Angela. Vai ter a estreia da HQ de um mano lá do Grajaú durante o evento”, aponta. “A gente quer misturar esses dois universos, trazer uma galera que já tá na cena pra contar como é e trocar essas vivências”, finaliza Andreza.
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