Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Jornal GGN – “O Ministério da Ciência e Tecnologia não tem como fazer qualquer interferência geopolítica. A nossa posição é mais técnica. A decisão sobre a fabricante chinesa Huawei caberá ao presidente Bolsonaro”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), Marcos Pontes ao portal Mobile Time.
No final do ano passado, os Estados Unidos iniciaram uma perseguição à maior fornecedora de equipamentos para redes de telecomunicações do mundo. A primeira ação foi deflagrada em dezembro, quando a diretora financeira da companhia chinesa, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá a pedido dos norte-americanos que acusam a executiva e a Huawei da prática de lavagem de dinheiro, fraude bancária e roubo de segredos tecnológicos. A executiva foi libertada logo em seguida, mas encontra-se sob vigilância no Canadá enquanto tramita um processo de extradição para os EUA.
O CEO e fundador da Huawei Ren Zhengfei acusa os Estados Unidos de tentar destruir a companhia. Os norte-americanos trabalham juntos aos países aliados para convencê-los de que o uso de equipamentos da chinesa em redes 5G trará implicações militares, levando Austrália e Nova Zelândia a proibirem a compra de equipamentos da Huawei. Por outro lado, um relatório produzido pela inteligência britânica e divulgado pelo “Financial Times” no dia 17 de fevereiro concluiu que é possível mitigar o risco de usar equipamentos da chinesa em redes 5G.
A fala do ministro Marcos Pontes, divulgada durante o Mobile World Congress 2019 (MWC19), um dos congressos de tecnologia móvel mais importantes do mundo que acontece todos os anos em Barcelona, na Espanha, coloca o Brasil no debate geopolítico. Isso porque a Huawei mantém uma série de parcerias no país ligados à implementação de programas de telecomunicações e novas tecnologias.
A empresa chinesa também é detentora do projeto Nexans de conectividade intercontinental via fibra óptica entre a África e o Brasil, pelo Atlântico Sul, concluído em setembro de 2018. A companhia mantém ainda, desde 2013, uma parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), na condução de um laboratório em Campinas (SP) onde são realizados testes para a avaliação de conformidade e certificação de tecnologias como redes ópticas para transmissão de alta velocidade (GPON) e núcleo de rede de alta velocidade.
Em âmbito mundial, a Huawei está em dois projetos mundiais de telecomunicações de alta velocidade. Em novembro passado, a companhia anunciou, durante o 9º Fórum Global de Banda Larga Móvel, a entrega das primeiras 10.000 estações rádio base 5G pelo mundo, a assinatura de novos contratos comerciais e fez demonstrações de banda larga doméstica de 5G.
Recentemente, a alemã Deutsche Telecom disse que se os equipamentos e o know howda chinesa forem banidos do território, a Alemanha irá sofrer um atraso de pelo menos 3 anos na implementação da tecnologia 5G.
GGN

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