
Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia
O presidente do STF, Dias Toffoli compareceu, ontem, a uma reunião com a bancada feminina da Câmara ao lado de Bolsonaro. Reuniu-se pela segunda vez com o presidente da República em uma semana.
Mais grave – como se já não fosse suficiente o fato de confraternizar com o Poder do qual a constituição obriga a manter distância – foi o seu silêncio depois das suas palavras:
"É muito bom termos a Justiça ao nosso lado".
Não era possível naquele momento não lembrar que seu filho, o senador Flávio Bolsonaro está sob escrutínio da Justiça, acusado de peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. E está fazendo de tudo para obstruir as investigações.
Toffoli deveria ter ponderado que a Justiça ou o STF não estão "ao lado" da Presidência da República nem do Congresso e sim da constituição. E que não podem assumir compromissos de alinhamento com outro Poder.
Mas ele ficou mudo.
Se os Poderes são autônomos e independentes é inconstitucional a cooptação de um pelo outro, que é o que está intrínseco nas atitudes de Bolsonaro, com as quais Toffoli tem concordado, comprometendo sua credibilidade e imparcialidade como juiz da mais alta corte do país.
E a credibilidade do próprio STF.
Somente nas ditaduras a Justiça fica "ao lado" do presidente da República.
Brasil 247
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