MARCOS CORRÊA/PR
De olho na corrida presidencial de 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), potencial candidato tucano à disputa, parece ensaiar um distanciamento do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a quem apoiou nas eleições de 2018. Nesta terça-feira (30/07/2019), Doria, em entrevista à Rádio CBN, afirmou: “Nós nunca tivemos um alinhamento com o governo Bolsonaro”. Isso um dia depois de o tucano ter dito que os ataques ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, quando Bolsonaro insinuou que sabe como morreu o pai dele, Fernando Santa Cruz, na época da ditadura, foram “inaceitáveis”.
O tucano reagiu a uma provocação da âncora da CBN, Fabíola Cidral, que o questionou: “O que mudou das eleições para cá da sua percepção sobre Jair Bolsonaro?”. “Eu já havia dito isso logo ao assumir que nunca tivemos alinhamento com o governo Bolsonaro. E nunca foi preciso. Se todas as medidas do governo Boslonaro forem boas para o Brasil e para os brasileiros, nós apoiamos e apoiaremos. Nossa posição não mudou”, respondeu.
Quanto à questão do embate com o líder da OAB, João Doria repetiu que a declaração de Bolsonaro não foi feliz. “Não quero ser juiz desse episódio, mas não foi feliz. Negar a ditadura ou fazer colocações como essa não é contributivo”, disse.
Doria relembrou que seu pai, João Agripino Dória, era filiado ao Partido Democrata Cristão (PDC) e teve o mandato de deputado federal cassado pelos militares. “Nunca trabalhei com ódio e nem meu pai, que nunca odiou os militares, apesar de todo o sofrimento que teve”, comparou.
Bolsodoria
O governador foi lembrado que sua dobradinha com Bolsonaro em 2018 ganhou até mesmo o nome de “Bolsodoria“. “Isso não foi uma criação nossa. Surgiu naturalmente”. Embora as críticas ao presidente comecem a emergir do lado do tucano, ele ainda as faz de maneira branda. “Quero falar do hoje e do agora: torço e continuo torcendo para o bem do Brasil e para o êxito do governo Bolsonaro. Isso não depende de questão partidária”.
No entanto, Doria assegura que O PSDB não tem alinhamento com a gestão federal “e não vai ter”. Ele ressaltou que sua legenda não fez indicações para ministros e nem fará. “Nós temos um presidente vigoroso, o Bruno Araújo, conduzindo muito bem o partido e a nossa posição é: vamos defender o Brasil. O Brasil mais do que nunca precisa de paz, não precisa de mais conflitos, de mais antagonismos”, disse o governador.
“Precisamos de um foco específico, sobretudo na área econômica, que é geração de empregos e oportunidades, apoio ao empreendedorismo e redução da miséria, que é o melhor programa social que pode ter para o Brasil. E quanto menos conflitos tivermos, melhor será para a atividade econômica. Não é hora do Brasil ter a política do ódio”, observou.
Metrópoles


Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;