Reprodução/VídeoO cientista político e coordenador da Rede Nacional pela Direito à Educação, Daniel Cara (PSOL-SP), fez uma análise em áudio, nesta quarta-feira (17), sobre o programa Future-se, recém apresentado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
De acordo com ele, as pessoas já rebatizaram nas redes o programa como “Vire-se” ou “Privatize-se”. Segundo Cara, os apelidos guardam “um enorme fundo de verdade, pois é disso que se trata. É fazer com que as universidades tenham como principal objetivo na sua gestão a capacitação de recursos e a autossustentabilidade”, disse.
Ouça abaixo o áudio de Daniel Cara e, a seguir, veja a sequência postada por ele sobre o assunto no Twitter:
Estou acompanhando o lançamento do Future-se a distância, pois permaneço em incidência na ONU. Há riscos graves no projeto.1) Missão: as universidades públicas brasileiras têm o desafio de expansão do ensino com qualidade – Harvard não é modelo: tem poucos alunos;
Siga o fio:
— Daniel Cara (@DanielCara) 17 de julho de 2019
Estou acompanhando o lançamento do Future-se a distância, pois permaneço em incidência na ONU. Há riscos graves no projeto.
Siga o fio: 1) Missão: as universidades públicas brasileiras têm o desafio de expansão do ensino com qualidade – Harvard não é modelo: tem poucos alunos;
2) As alternativas de financeirização são menos elaboradas do que o receituário ruim da “Education Commission” de Gordon Brown. Estive aqui em NYC no lançamento deles em 2016. Em nenhum lugar do mundo funcionou. Um modelo pior não funcionará no Brasil;
3) A adesão ao projeto submeterá as universidades federais a riscos e mudanças de prioridades. Captar recursos será a meta. Universidade não é indústria e educação não é produto a ser comercializado. Patentes se resolvem com política comercial e industrial;
4) O aspecto mais perverso do projeto é utilizar o patrimônio acumulado das universidades públicas federais sob o modelo atual como moeda de troca para o modelo proposto. Ou seja: dilapida o que há de bom para determinar um modelo ruim e desigual.
5) O modelo é tão desigual que o MEC, na apresentação, repetiu reiteradas vezes que ele não gera desigualdades: repetindo uma mentira para virar uma verdade. Gera porque freia a democratização do acesso ao ensino superior;

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