Filho descobre que corpo da mãe doado para a ciência foi vendido nos EUA (Foto: Ben Francis/Creative Commons)
Família havia doado cadáver de idosa para pesquisas sobre cérebro – mas ele foi parar nas mãos do Exército norte-americano
A sugestão de doar o corpo para a ciência foi de uma enfermeira, segundo Stauffer. Dez dias depois da decisão, ele recebeu os restos cremados da mãe.
Anos depois, porém, um jornalista da Reuters descobriu que o corpo de Doris nunca fora usado para pesquisas sobre o cérebro. Em vez disso, havia sido vendido ao Exército dos EUA para testes de explosões – ainda que Stauffer tivesse proibido explicitamente esse tipo de análise em um formulário de consentimento que ele assinou.
"Havia citações na documentação sobre a realização desses experimentos", disse Stauffer ao canal ABC 15 do Arizona. "Mas para realizar exames médicos que pudessem envolver explosões, dissemos que não. Marcamos a opção 'não' em tudo isso."
Universidades públicas podem realmente usar o corpo doado para pesquisas ou aulas de medicinas e outros cursos científicos. No entanto, no setor privado, investigações recentes revelaram que há riscos do cadáver ter outros destinos.
Em 2016, uma investigação da Reuters colocou em evidência o comércio de órgãos nos EUA. "Essas empresas, que se chamam de bancos de tecidos sem transplante, também são conhecidas como corretoras de corpos", aponta o relatório. "As operações podem se assemelhar a frigoríficos."
Apesar de órgãos de transplante não poderem ser vendidos nos EUA, não existe lei federal para cadáveres ou partes do corpo doados para a ciência. Atualmente, é legal na maioria dos estados norte-americanos vender corpos doados exatamente por causa da falta de fiscalização e regulamentação
No momento, 33 pessoas, incluindo Stauffer, estão processando o Centro de Recursos Biológicos (BRC) por usar os restos de seus entes queridos sem dignidade ou respeito, de acordo com o portal Arizona Republic.
Galileu

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