O desejo foi anunciado pelo CEO da Huawei que, no entanto, não avançou valores nem possíveis “pretendentes”.


A Huawei está a apostar numa estratégia no mínimo invulgar para aumentar as probabilidades de “sobrevivência” da empresa. Numa entrevista que concedeu ao The Economist, o CEO da Huawei, Ren Zhengfei, afirmou que a fabricante chinesa está preparada para vender os direitos de autor de todas as suas patentes 5G numa única oferta. O objetivo? Criar um concorrente da gigante tecnológica, que poderá potenciar a “sobrevivência da empresa”, defende.

De acordo com a informação divulgada por Ren Zhengfei, a Huawei está a vender pacotes de patentes, licenças, códigos e projetos técnicos de 5G numa única transação, para uma distribuição de interesses mais balançada. A estratégia pretende fazer face às preocupações no Ocidente sobre o domínio da Huawei no 5G, juntamente com as preocupações de segurança nacional do governo de Donald Trump, que já veio dizer que quer liderar liderar no 5G e até no 6G.


Quanto ao valor e aos “pretendentes”, o CEO da empresa não avançou pormenores, dizendo apenas que "não fazia ideia" de quem poderia estar interessado em comprar a proposta da Huawei. Ainda assim, o jornal fala na possibilidade de várias dezenas de mil milhões de dólares, dada a quantidade de dinheiro que a empresa investiu em investigação.

Numa altura em que o impasse do governo americano em relação às sanções impostas à Huawei é evidente, Ren Zhengfei já tinha falado na necessidade de ativar o “modo de batalha” para enfrentar os Estados Unidos. Ainda no final de agosto, Donald Trump decidiu alargar por mais 90 dias o período de suspensão das sanções à fabricante Chinesa, que deve terminar a 16 de novembro, mas mais recentemente o Presidente dos Estados Unidos afirmou que atualmente não há interesse em incluir a Huawei nas negociações que possam surgir quanto a um futuro acordo comercial com a China.

Na semana passada, na IFA 2019, o responsável pelo negócio de consumo da empresa chinesa na Europa, afirmou que abandonar os mercados americano e europeu, mantendo-se a crise, “não era uma opção”. Walter Ji defendeu, ainda, que não faz sentido desistir do mercado dos smartphones quando acaba de introduzir no mercado aquele que considera ser o processador mais poderoso destinado a um dispositivo móvel. E quanto à possível proibição da Google em relação à utilização do seu sistema operativo em futuros dispositivos não fez nenhum comentário.

Agora não está claro se a estratégia adotada pelo CEO da Huawei poderia apaziguar a relação com os Estados Unidos, se a China aprova a venda ou se a Huawei vai encontrar um comprador. Resta aguardar pelos próximos capítulos.


Tek

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