Os tiros do inspetor que se apresenta como Alberto e postou as imagens no Instagram (ver vídeo acima) foram repudiados nas redes sociais.

Ele se apresenta como policial civi, assessor parlamentar, cristão, armamentista e olavista.

É de Fortaleza, no Ceará.

Ele atirou numa foto do ex-presidente Lula a propósito de dar um exemplo ao ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, de como se deve fazer para se livrar da frustração.

Janot, como se sabe, pretendia matar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e depois cometer suicídio.

O narcisismo dos bolsonaristas é algo óbvio.

Eles valorizam o choque de maneira calculada.

O ano que vem está aí e é possível que o inspetor esteja pensando em ser candidato a vereador em algum lugar do Ceará.

O microcosmo do PSL em que ele convive é um bom exemplo do partido que serviu de veículo ao presidente Jair Bolsonaro.

É um ajuntamento de antipetistas e outros oportunistas.

Heitor e André brigam para ver quem puxa mais saco do Mito. Reprodução redes sociais

Com pouco mais de 97 mil votos, Heitor Freire foi o único deputado federal eleito pelo PSL no Ceará em 2018.

Ele assumiu a direção estadual do partido e passou a atropelar “aliados”.

Dois deles, os deputados estaduais André Fernandes (o youtuber que causava nas redes sociais e teve mais de 100 mil votos) e Delegado Cavalcante passaram a enfrentá-lo.

Denunciaram Heitor ao Diretório Nacional e pediram a intervenção no PSL estadual.

O atirador do vídeo é assessor de André.

Heitor é acusado, entre outras coisas, de indicar para presidir o PSL de Massapê, uma cidade do interior do Ceará, um homem condenado a usar tornozeleira eletrônica por apropriação indébita.

Em sua defesa, disse que não sabia do fato e mostrou um vídeo em que o homem, Diego Cavan Marques, celebra a eleição ao lado de André Fernandes, em cima de um carro de som.

O deputado estadual se defendeu dizendo que gravou vídeos e tirou fotos com milhares de pessoas e alega ter rompido com o presidente do PSL cearense por outros motivos, todos ligados à corrupção que os bolsonaristas dizem combater.

Um deles é que Heitor Freire usou verba pública para pagar o aluguel mensal de 11 mil reais da loja que está em nome de sua mãe, Josefa Pereira Freire, a Lumen Lights, em Fortaleza.

A terceira acusação é de que Heitor teria promovido a candidatura laranja de Gislani Maia a deputada estadual.

Ela recebeu R$ 143 mil do fundo partidário, mas teve apenas 3.501 votos.

O dinheiro foi repassado dois dias antes da eleição e transferido em seguida para três gráficas.

Gislani e Heitor foram os únicos candidatos do PSL a desfrutar do fundo partidário no Ceará.

Esta é a explicação para a obsessão de Bolsonaro e sua turma por Lula e o PT: o antipetismo ainda tem o poder de tirar uma quantidade razoável de eleitores do mundo real do emprego, do salário e da segurança pública e transportá-lo para o universo onde o procurador-geral da República entra armado na sede do Supremo Tribunal Federal e faz “justiça” com as próprias mãos, feito um zorro de pornochanchada.

Enquanto isso, no mundo real os homens de Bolsonaro se matam pelo poder.



Viomundo

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