Jair Bolsonaro, não satisfeito com a sequência de encrencas desta semana, cria mais um factóide anunciando a ordem para cancelar as assinaturas da Folha de S. Paulo pelos órgãos federais.

Ordem “de boca”, porque escrita dá-lhe um processo bacana, por ferir a impessoalidade da administração inscrito na constituição. Perde em qualquer tribunal de esquina, se cometer a imprudência de colocar isso em letra de forma. Aliás, apenas a notícia e a “live” devem ser suficientes para levar uma “tunda” e uma liminar de cara.

Ele não se incomodará com isso e vai usar como mais uma “prova” de que a Justiça não o deixa governar, ao menos não como o imperador que pretender ser.

Serve para o quer, insuflar sua horda. Minguante, mas horda.

No fundo, Bolsonaro acredita que só as redes sociais lhe bastam para obter apoio público.

É certo que, mesmo descontados robôs e zumbis, elas lho dão, mas isso não é, ao menos ainda, o suficiente para suprir os meios de informação tradicionais.

Jornal impresso não vende, mas repercute.

Porque estes falam a quem, de fato, o sustenta, o mercado e suas cercanias, que por enquanto não se abala com as crises políticas mas que, também, diante dela, empurra com a barriga suas decisões.

E ele, embora entregue às euforias da jogatina da Bovespa e do mercado cambial no dia-a-dia, já duvida da longevidade do regime bolsonariano.

Bolsonaro caminha para um quadro de isolamento, mesmo com o visível acovardamento da Globo, após as ameaças de cassação de sua concessão.

Embora desminta pró-forma o filho, seu caminho possível é o estado de exceção.

Conta que ainda tem apoio para isso nas Forças Armadas e nas corporações jurídicas, agitando os fantasmas de convulsão social e da volta de Lula.

Tem ainda, mas muito menos do que tinha meses atrás.

Bolsonaro passou a envergonhar publicamente, ao contrário da jactância que provocava.



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