Vários especialistas já descartaram qualquer possibilidade de o petróleo ser da Venezuela, pois que as coordenadas geográficas levariam o óleo para longe do Brasil.

Por Jornal GGN
-24/10/2019



Jornal GGN – Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, falou em cadeia nacional que a culpa do óleo nas praias do Nordeste é da Venezuela, mas diz também que não tem detalhes sobre a investigação. Culpabiliza o país vizinho, em rede nacional, sem provas concretas do que diz, e quer que a Organização dos Estados Americanos (OEA) cobre respostas do presidente Nicolás Maduro. Já são mais de 200 locais atingidos pelo vazamento de óleo no litoral do Nordeste.

“Esse processo investigativo tem como principal objetivo determinar as causas e origens desse óleo e, com isso, não apenas fazer cessar o seu aparecimento no litoral brasileiro, mas também obter informações que nos permitam responsabilizar aqueles que tenham contribuído para esse desastre ambiental”, disse Salles.

Vários especialistas já descartaram qualquer possibilidade de o petróleo ser da Venezuela, pois que as coordenadas geográficas levariam o óleo para longe do Brasil. “Seria impossível vir da Venezuela, porque lá predomina a corrente do Caribe, que vai em direção ao Golfo do México, e os ventos alísios do Norte, que vão para a direção oeste”, afirmou o oceanógrafo Thiago Oliveira ao Brasil de Fato.

Manuel Quevedo, ministro de Petróleo da Venezuela, também afastou esta possibilidade, condenando as acusações vazias que tem, como único objetivo, ‘aprofundar as agressões unilaterais coercitivas contra o povo venezuelano’. Quevedo afirmou, ainda, que o compromisso da Venezuela com a preservação da vida na Mãe Terra é algo que está em sua Constituição e, como tal, respeitado sempre.

Um especialista venezuelano em geopolítica do petróleo, Miguel Jaimes, ouvido pelo Brasil de Fato, explicou que o petróleo, se fosse produto de vazamento no país, deveria ter atingido locais na própria Venezuela, além de ilhas do Caribe, antes de chegar ao Brasil. Mas não há relatos de contaminação nesses locais.

E Salles insiste, não só em cadeia nacional mas, também, em redes sociais, em culpar a Venezuela, enquanto no Brasil decisões judiciais obrigam o governo a implantar medidas de contenção e reparo relativas ao vazamento. O governo simplesmente não deu importância ao fato, agindo como se o Nordeste não fizesse parte do Brasil.

O governo não lançou mão do plano de ação definido em lei. No dia seguinte ao primeiro relato de vazamento de petróleo, o governo deveria ter solicitado fotos do Inpe, dos satélites e a marinha teria que ter entrado no circuito, analisando as rotas dos navios na região. Foram se mexer um mês depois. E mais acusam do que agem, atuando como oposição ao povo.

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