Não vou gastar o verbo com o comportamento de Augusto Nunes. Por acaso, conheci o desequilíbrio da criatura, anos atrás, no Aeroporto de Brasília, por conta de um voo cancelado.

Também não cuido do jornalista, porque quem invade a vida familiar e parental e alguém não faz jornalismo – salvo se houver uma violação legal a direitos, como agressões, por exemplo – mas apenas canalhice.

Certamente faria mais sucesso se eu escrevesse sobre a “treta”, com os qualificativos que o ato de Nunes merece.

Prefiro, porém, cuidar de um jornalista e um homem de inegável coragem pessoal, Glenn Greenwad. E, como já vi em outras ocasiões, extremamente pacífico nos questionamentos políticos e profissionais que recebe.

A meu ver, porém, Glenn deve compreender que não há democracia e seu debate em aceitar, senão por obrigação, dividir uma bancada com um tipo destes.

Fazê-lo, ainda que seja para dizer que ele é um covarde – um pleonasmo, aliás – é expor-se ao que gente assim pretende: ofender, humilhar e até agredir pessoas.

Não aceitar este encontro, ainda que inesperado, seria um ato de sabedoria, não de intimidação. Em minha casa jamais se dividiu a mesa com cachorros.

Ainda mais num programa, como é o tal Pânico, que vive de bate-bocas, provocações, tretas e avacalha o debate político com “lacradas” e “invertidas” como se aquilo fosse um MMA verbal.

Busque no Google e veja que aquilo é estrategicamente montado para que haja baixarias, tanto que sequer a produção avisou Greenwald da presença de Augusto Nunes.

Não sou incondicional adepto do politicamente correto. Mas se havia ali alguém com o direito de reagir fisicamente seria Glenn, que foi ofendido em suas relações familiares e com velada ameaça d retirada dos filhos de sua guarda. E não com um soco, mas com uma sonora bofetada.

E outra, aliás, depois, com o comentário sexista de Nunes, dizendo que agrediu como “qualquer homem faria”, num deboche evidente sobre a condição homossexual de Glenn, algo tão estúpido que caberia perguntar se, para o agressor, como homem que diz ser, faria o mesmo a uma mulher.

Fraternalmente – e solidário ao seu sentimento paternal – digo ao colega jornalista Glenn Greenwald: cuide-se. Esta gente quer exatamente isso e o ato de Nunes, sem dúvida, é um sinal para milícias bolsonaristas partam para a agressão física.

Estamos na era dos covardes: prender indefesos, processar porteiros, agredir jornalistas.

Gele o sangue, Glenn, por mais que isso nos seja doloroso. Você sabe, e diz no vídeo abaixo, que isso é o que os fascistas desejam.

Os jornalistas e todos os democratas do Brasil, Glenn, orgulham-se de que tenha escolhido nosso país para viver, trabalhar e ter sua família. Pense neste carinho e acolhida quando a matilha rosnar.





TIJOLAÇO


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