É muito provável que a expressão tenha sido usada pelo integrante do Governo que deu a informação e a falta de senso crítico da jornalista da Folha a tenha feito reproduzir, até mesmo sem aspas, a ideia do Governo de “desmamar” gradualmente os beneficiários do Bolsa Família.
Se vão ser desmamados, claro, é que mamam.
Deus meu, como se pode falar isso de quem recebe, em média, R$ 191 mensais para mitigar sua pobreza. Mais bem dito, sua miséria.
Ontem, mostrou-se aqui, com dados da própria Folha, que há 700 mil famílias pedindo o benefício “congelado” pelo governo.
Os números estão lá embaixo, num gráfico do UOL.
Talvez o “desmame” seja bem representado pela filha bebê de Thabata dos Santos, de 22 anos, que a pediu o benefício quando era gestante e nunca o recebeu.
Vão “desmamar” porque, com certeza, acham mesmo que essa gente não quer trabalhar e evita o emprego – que todos sabemos “farto e abundante”, não é? – para não perder a “boca rica” do Bolsa Família.
O grau de insensibilidade diante da pobreza do povo brasileiro é ainda pior quando a gente deixa a frieza entrar dentro de nossas almas.
Tijolaço
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