Por Erick Mota 


O presidente da República fez a sua tradicional live de quinta-feira (9). Nesta semana, entre os assuntos tratados por Jair Bolsonaro, esteve o fundão eleitoral. Para defender à sanção que pretende dar ao fundo de R$ 2 bi votado pelo Congresso, o mandatário atacou dois deputados de São Paulo que têm criticado a provável e já publicizada sanção presidencial. Joice Hasselmann foi chamada de "fofucha" e Kim Kataguiri de "japonesinho pitoco".

Bolsonaro disse que não iria citar o nome de ninguém mas que existe "uma deputada fofucha de São Paulo e outro deputado também meio japonesinho" que o estão criticando nas redes sociais. "Se estivessem fazendo coisas boas a primeira estaria mais magra e o segundo estaria menos pitoco de sem vergonha... Eu acho que mentir engorda, mentir engorda", disse Bolsonaro.
Joice e Kim têm criticado o presidente constantemente desde que o mandatário assumiu que pretendia sancionar o fundão. Bolsonaro, por sua vez, diz que fará isso por medo de impeachment, por atentar contra as eleições. Joice e Kim contestam esta informação, uma vez que a Constituição prevê ao presidente a possibilidade de sancionar ou vetar projetos aprovados pelo Congresso.


Na última quarta (8) o presidente já havia voltado a falar do assunto. "O veto aos R$ 2 bilhões, daria margem para que o Presidente fosse questionado junto à Câmara dos Deputados de 'utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral'", escreveu Bolsonaro no Twitter, menos de uma semana depois de usar esse argumento para justificar um possível recuo na ideia de vetar o fundão.

O argumento de Bolsonaro, contudo, foi questionado por advogados ouvidos pelo Uol. Os especialistas afirmaram que a Constituição dá ao presidente a competência de sancionar ou vetar os projetos de lei, mesmo o que está determinado na lei eleitoral.

Na saída do Palácio da Alvorada no dia 2 de dezembro, o presidente havia dito que antes de tomar a decisão de vetar ou não o Fundo Eleitoral aprovado pelo Congresso, é preciso preparar a opinião pública para uma decisão que será tomada de forma a respeitar a Constituição.

Desde então, deputados como Joice Hasselmann, estão dizendo que Bolsonaro está tentando enganar seus eleitores e que, segundo a deputada, deveria assumir publicamente que não quer vetar o fundão, ou que vete e enfrente o Congresso.

Por meio de sua assessoria, Joice disse ao site que lamenta a postura do presidente que mantém um vocabulário "de um botequeiro de quinta categoria". “É lamentável que um presidente da República tenha esse comportamento e vocabulários dignos de um botequeiro de quinta categoria. Sinceramente, tenho vergonha de ver quem deveria chefiar nossa nação tecendo comentários chulos praticamente todos os dias, provocando crises internas e externas porque não consegue ter a maturidade de um homem, quiçá de um estadista. Infelizmente, o presidente tem dado mostras consecutivas de seu despreparo, de seu destempero, de sua desinteligência em todas as áreas. A verborragia/diarreia verbal que apresenta é só mais um sintoma de sua inconsequência”, disse a ex-líder do governo no Legislativo.

Em resposta à provocação, o deputado Kim Kataguiri falou para o Congresso em Foco que Bolsonaro justifica a covardia utilizando de apelidos infantis. "Presidente justifica a própria covardia usando apelidos infantis. Mostra pequeneza e covardia. Tese do impeachment é conversa de quem fez acordo pelo fundão. Se veto desse impeachment, Bolsonaro teria caído em março", disse Kim. Em março Bolsonaro vetou, por exemplo, a implantação de novos radares em rodovias.


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