"É um ataque óbvio de Bolsonaro a alguém que se tornou um espinho jornalístico ao seu lado", diz o jornalista Mathew Ingram na Columbia Journalism Review, uma das mais respeitadas publicações do mundo sobre jornalismo

Glenn Greenwald e Julian Assange (Reprodução)

Por Plinio Teodoro
Artigo do jornalista Mathew Ingram, publicada nesta quarta-feira (22) no site da Columbia Journalism Review, uma das mais conceituadas publicações sobre jornalismo do mundo, diz que a denúncia feita pelo procurador Wellington Divino Marques de Oliveira contra Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept, é praticamente uma cópia do argumento usado pelo Departamento de Justiça dos EUA na ação contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, no ano passado – com excessão à acusação de espionagem.

“O caso contra Greenwald passa a ser quase uma cópia do argumento do Departamento de Justiça na declaração que fez contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, no ano passado, que contém mais de uma dúzia de acusações sob a Lei de Espionagem. Assim como o governo brasileiro, os promotores estadunidenses tentam afirmar que Assange não apenas recebeu documentos diplomáticos vazados e outras informações do ex-funcionário do Exército, Chelsea Manning, mas que ele participou ativamente do hackeamento e vazamento e, portanto, não merece a proteção da Primeira Emenda”, diz o texto, citando o dispositivo da constituição dos EUA que estabelece a Liberdade de Imprensa.

Segundo Ingram, este é um “claro ataque ao jornalismo”. “É um ataque óbvio de Bolsonaro a alguém que se tornou um espinho jornalístico ao seu lado”, diz o jornalista, lembrando da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu que Greenwald fosse processado.

Declarações

No texto, O jornalista da Columbia Journalism Review lista ainda uma série de declarações de órgãos estadunidenses contra a denúncia do procurador brasileiro.

Entre elas, Ingram destaca o editorial do jornal The New York Times, que diz que o governo Bolsonaro “atira no mensageiro”. “Em um editorial sobre o caso, o New York Times disse que a denúncia do governo brasileiro contra Greenwald é “um caso cada vez mais familiar de atirar no mensageiro e ignorar a mensagem”, e uma perigosa ameaça ao Estado de Direito. O jornal também disse que, embora Trump não tenha prejudicado as liberdades de imprensa nos EUA, “seus ataques ultrajantes a repórteres … incentivaram pessoas como Bolsonaro”.

Leia o artigo na íntegra (em inglês)



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