Impedida de vender fábrica de fertilizantes, direção da Petrobras decide colocar para "hibernar"
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Por Lucas Rocha
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (14) o fechamento da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná. A decisão faz parte do processo de encolhimento da estatal que já acontece há mais de dois anos, mas ganhou novo fôlego com o governo do presidente Jair Bolsonaro e as orientações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Com o fechamento da Ansa, 396 trabalhadores diretos e mais 600 terceirizados serão demitidos.
“Com a decisão, a empresa dá continuidade à sua estratégia de sair do segmento de fertilizantes e focar em ativos que gerem maior retorno financeiro e estejam mais aderentes ao negócio”, diz a empresa em comunicado.
A decisão, na prática, representa uma “hibernação” da fábrica, na qual a Petrobras tentou vender, mas foi impedida por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Fachin acatou liminar apresentada por sindicatos e entidades de petroleiros que eram contra a venda da Araucária e da Transportadora Associada de Gás (TAG).
Os trabalhadores prometem mobilização para reverter o quadro que pode colocar mais de mil funcionários na rua. “A Petrobras, pela politica que adota, não tem mais a ideia de soberania, não tem mais a ideia de que os trabalhadores tem que manter seus empregos, e simplesmente fecha suas fábricas e deixa essa bomba tanto na mão do município como na mão da gente, trabalhador”, declarou Roni Barbosa, da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“Qualquer demissão em massa precisa de uma negociação, e isso que vai acontecer é uma demissão em massa. Se por acaso a gente não conseguir manter isso operando, que cada um saia daqui na melhor condição possível. É terrível falar isso. É o ponto que chegou essa gestão da Petrobras”, disse ainda. Barbosa afirmou que o Ministério Público do Trabalho foi acionado.
Tezeu Bezerra, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), conversou com a Fórum sobre a importância da Araucária e de outras fábricas de fertilizantes que foram “hibernadas” pela direção da estatal na Bahia e no Sergipe. “O Brasil importa em torno de 70% dos fertilizantes que é necessário. É um mercado certo que nós temos no país. A gente precisa de fábricas de fertilizantes no país, a gente ficaria mais dependente se tivesse mais fábricas”, declarou.
Revista Fórum

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