O maior drama brasileiro não é a crise econômica interna e externa. É a instabilidade política que tem como origem o presidente da República, justamente o personagem que deveria ter papel agregador das forças políticas
Foto Orlando Brito
As bolsas mundiais amanheceram em colapso com os preços do petróleo e o coronavírus. Por aqui, ações e dólar vão acompanhar o clima, somando-se aos fatores que sustentam nossa própria crise. Pela primeira vez, analistas reduziram a estimativa de crescimento do PIB para menos de 2% em 2020. Já atravessamos outras crises internacionais. No passado recente, porém, nunca tão fragilizados do ponto de vista político e institucional.
O que acontece nessas horas? Diante da ameaça maior do colapso que vem de fora, governos e forças políticas costumam unir esforços contra o pior. Crises econômicas dessa dimensão obrigam os agentes políticos a colocar de lado desavenças momentâneas em favor de uma agenda única de salvação nacional, num pacto normalmente firmado no Congresso. Quando a situação melhora, voltam todos a brigar.
O maior drama neste momento não é a crise dos mercados que vem de fora e nem a crise econômica aqui dentro. É a instabilidade política que tem como origem o próprio presidente da República, justamente o personagem que, nessas horas, deveria ter papel agregador das forças políticas em torno do combate à crise.
Só que aqui e agora não. Jair Bolsonaro reage aos problemas jogando-os no colo dos outros — do Congresso, do Judiciário, da oposição. Convoca manifestações contra as instituições, em vez de agregá-las. É incapaz de reagir à altura do momento. O avião está caindo e temos a confirmação de que não há piloto mesmo a bordo.
Os Divergentes

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