Rafael Correa, Álvaro García Linera, Dilma Rousseff e José Luis Zapatero são alguns dos subscritores do apelo à ONU para convocar uma Assembleia Geral que abra o processo do perdão da dívida.




Vários dirigentes partidários, escritores, jornalistas e ativistas latino-americanos lançaram um abaixo-assinado(link is external) pelo perdão da dívida da América Latina ao FMI, Banco Mundial e outros organismos internacionais, em consequência do surto Covid-19.

A iniciativa surge na sequência do apelo(link is external) "A hora do perdão da dívida para a América Latina”, lançado pelo Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (CELAG) e subscrito por vários ex-governantes. Entre eles estão os ex-presidentes Rafael Correa (Equador), Dilma Rousseff (Brasil), Fernando Lugo (Paraguai), Ernesto Samper (Colômbia) e José Luís Zapatero (Espanha).

O apelo propõe a reestruturação da dívida privada com a aplicação de uma moratória aos juros de dois anos. Segundo os subscritores, o pagamento de pesados juros da dívida ao longo de décadas transformou-se num obstáculo para consolidar as contas públicas destes países, para fortalecer serviços públicos essenciais e para responder a problemas sociais decorrentes do modelo económico neoliberal. Há assim uma enorme dívida social com os povos da América Latina que se torna ainda mais dramática no momento atual de pandemia e com a “recessão global” que se está a iniciar.

Os ex-governantes latino-americanos citam as previsões da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, que no dia 9 de março estimava uma perda de rendimentos de 2 biliões de dólares(link is external) (triliões na nomenclatura anglo-saxónica) e a possibilidade de destruição de 25 milhões de empregos em todo o mundo. A fuga de capitais em países emergentes já atingiu 60 mil milhões de dólares em apenas dois meses. Sustentam assim o apelo à intervenção das Nações Unidas para garantir o perdão da dívida, tal como decidido pela Conferência de Londres em 1953 para o perdão da dívida externa da Alemanha após a II guerra mundial.

O documento defende que os Estados latino-americanos não podem manter-se ao serviço da dívida externa, que em muitos casos consome mais de 30% dos orçamentos nacionais, e simultaneamente garantir a resposta adequada combater a pandemia e apoiar a recuperação socioeconómica.


Esquerda

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