Morre Moraes Moreira, cantor e integrante dos Novos Baianos, aos 72 anos. No dia 17 de março, ele escreveu seu último post no Instagram, com um cordel sobre a quarentena

Moraes Moreira


Moraes Moreira, 72, morreu na madrugada desta segunda-feira (13) no Rio de Janeiro. O cantor morava sozinho e a causa da morte ainda não foi divulgada.

“Foi encontrado em casa morto, no Rio de Janeiro. A gente não sabe direito o que ocorreu. Nem eu, nem as irmãs sabemos. Foi na madrugada. A empregada foi limpar o apartamento e encontrou ele morto. Ele morava só ultimamente. Só sei disso por enquanto”, disse Eduardo Moraes, irmão do cantor.

Antonio Carlos Moreira Pires nasceu em Ituaçu, no interior da Bahia,, em 8 de julho de 1947. Começou a tocar sanfona em festas locais e celebrações de São João ainda na adolescência.

Em 1963, aos 16 anos, foi estudar em Caculé, cidade um pouco maior perto de Ituaçu (BA), onde aprendeu a tocar violão.

Aos 19, ele foi para Salvador, onde começou a estudar no Seminário de Música da Universidade Federal da Bahia. Lá, ele conheceu seus futuros companheiros dos Novos Baianos, Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor, além de Tom Zé.

Em 1968, eles criaram o espetáculo que deu origem aos Novos Baianos, Desembarque dos Bichos depois do Dilúvio Universal.

O grupo já tinha também a participação de Baby do Brasil (Baby Consuelo, na época) na voz e o guitarrista Pepeu Gomes quando foi participar do popular Festival da Música Popular Brasileira na TV em 1969, com a música “De Vera”, de Moreira e Galvão.

No ano seguinte, o grupo lançou seu disco de estreia, “Ferro na boneca”. Mas a grande obra deles viria após uma visita de João Gilberto à casa em que eles moravam juntos, já no Rio de Janeiro.

Em 1972 que eles lançaram um dos álbuns mais importantes da música brasileira, “Acabou chorare”, que consagrou os Novos Baianos e influenciou inúmeras bandas e cantores até hoje.

“Acabou chorare” juntava samba, rock, bossa nova, frevo, choro e baião e sintetizava a explosão criativa da contracultura do final dos anos 60 e início dos 70 no mundo com a riqueza da música popular brasileira.

Com a regravação de “Brasil pandeiro”, de Assis Valente, além de “Preta pretinha”, “Misterio do planeta”, “A menina dança”, “Besta é tu” e a faixa título, todas de coautoria de Moraes Moreira, o álbum de 1972 é reconhecido como um dos melhores – senão o melhor – trabalho do pop brasileiro.

Carreira solo, trio elétrico e cordel sobre quarentena

Em 1975, Moraes Moreira decide sair dos Novos Baianos. Ele começou uma parceria com o guitarrista Armandinho.

Em 1976, ele se tornou o primeiro cantor de trio elétrico, ao subir no trio de Dodô e Osmar, e cantou a música “Pombo correio”, sucesso na época.

Em 1979, ele lançou o disco “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira”, que incluía a musica “Santa fé”, trilha de abertura da novela “Roque santeiro”, que foi censurada em 1975 pela ditadura militar, e seria exibida só dez anos depois.

Continuou lançando álbuns solo com sucesso nos anos 80, mas já fora do auge criativo dos anos 1970. Em 1996, ele reuniu os Novos Baianos, e foi lançado o álbum ao vivo “Infinito Circular”, além de contar a história do grupo em formato de cordel.

Em 1997, reúne o grupo Novos Baianos, que lança o disco ao vivo Infinito Circular, com canções dos discos anteriores e algumas inéditas. Dez anos mais tarde, Moraes Moreira publica o livro A História dos Novos Baianos e Outros Versos, escrito em linguagem de cordel, conta a história dos Novos Baianos.

Nos últimos anos, Moraes Moreira se envolveu em shows de reunião dos Novos Baianos e a continuação de seus trabalhos solo.

No dia 17 de março, ele escreveu seu último post no Instagram, com um cordel sobre a quarentena.


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