O Brasil caminha para um possível processo de impeachment de Bolsonaro. Mas não está na ordem do dia e sim na ordem dos desejos. Pode se tornar uma campanha maciça? Pode, mas não se sabe quando. A maneira como se coloca a tarefa cria um paradoxo sério para algumas correntes políticas.

Estamos todos confinados e não há como realizar manifestações de rua. Embora o presidente não tenha controle do Congresso, também não existe uma maioria de 2/3+1 contra ele, para viabilizar sua saída.

A maior parte dos que clamam pelo impeachment de Bolsonaro prega a formação de uma frente que envolva apenas a esquerda. No entanto, para se obter a abertura de um processo de tal ordem, o leque de forças a ser constituído deve envolver a velha direita (DEM, PSDB, PMDB e outros mais), o centro (PT, PSB, PDT, Rede), a esquerda (PSOL e PCdoB), além da esquerda sem representação parlamentar (PSTU, PCB, PCO). Entram nessa somatória o movimento social, além de parcela expressiva do empresariado, incluindo a Globo.

Quem quiser bradar Fora Bolsonaro, Impeachment já, Retirar Boslonaro etc., deve seguir fazendo. Não atrapalha. Mas só se ganhará a maioria da população através do combate duro à pandemia no sentido político, buscando desmascarar a hipocrisia genocida da extrema-direita sobre a população pobre. E o combate à pandemia envolve muito mais do que a esquerda.

Assim, clamar por frente de esquerda e impeachment é uma combinação tão improvável quanto “inteligência militar”, “milagres da ciência”, “crítica construtiva” ou “poesia concreta”.

A construção de uma amplíssima frente deve ter como ponto de união de seus membros (ou programa básico), a saída democrática de Bolsonaro do governo e a erradicação do covid-19. São propostas radicais, ou seja, vão à raiz dos problemas imediatos.

A disputa pelo programa econômico pós-boçal não tem condições de ser feito nessa fase da luta.



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