"Isso a Globo não te conta". Não era um esquete ruim de humor. A jovem que violou a quarentena para perpetrar a maior estupidez da internet brasileira nesta semana se chama Victória Peixoto, é "postulante a vereadora" e coleciona uma série de bobagens
Em um dos vídeos (ver abaixo) mais assistidos da internet brasileira nesta semana, uma mulher recomenda água tônica para o tratamento do novo coronavírus. Ela alega que a bebida, que tem como base a substância quinino, é uma alternativa para os que não tem acesso à cloroquina — remédio que ainda está sobre escrutínio de pesquisadores, mas que é amplamente defendido por Bolsonaro e seus apoiadores para o tratamento de Covid-19.
A mulher que aparece no vídeo é Victória Peixoto, autodeclarada pré-candidata a vereadora por Campo Grande (MS). “Isso a Globo não te conta”, diz ela no final do vídeo, após recomendar a água tônica como medicamento para combater a doença que já matou, em poucos meses, mais de 130 mil pessoas ao redor do mundo
No entanto, a água tônica industrializada não possui propriedades medicamentosas, sendo apenas um refrigerante. E, ainda que se queira aproveitar a quinina presente na água tônica, é preciso considerar que a quantidade é insignificante, não passando de 5 mg/l, enquanto uma dose terapêutica deveria ter no mínimo 1,5g.
Além disso, a quinina não é a mesma molécula do hidroxicloroquina e cloroquina. São compostos químicos completamente diferentes e não relacionados.
O jornalista Kiko Nogueira, do DCM, descobriu que a moça é filiada ao Partido Novo e coleciona uma série de bobagens:
Viralizou nessa semana o vídeo de uma jovem recomendando água tônica por ter quinino, ‘base da cloroquina’. “Isso a Globo não te conta”, diz ela ao final da peça. Não era um esquete ruim de humor. A moça que violou a quarentena para perpetrar essa estupidez é filiada ao Partido Novo, postulante a vereadora. Nas redes sociais, coleciona versículos idiotas da Bíblia, cartões postais no exterior e fotos dando tiro de pistola e rifle.
Em sua ficha no Novo, relata que morou em diversos países, como Sri Lanka, Bahrein, Holanda e EUA. “Sou graduada em Ciência Política e Antropologia pela University College Utrecht. Apesar do meu diploma ser na área das ciências sociais, minha experiência de trabalho foi com eventos e marketing. Eu voltei ao meu país para mudar a forma de fazer política, retornando aos tempos de moral e civismo da nossa nação”, afirma.
Tá certo. Tem futuro a Victória.
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